Aline Laranjeira (*)
Há muito tempo em uma galáxia muito distante…Acontecia mais um episódio de Star Wars, porém, dessa vez, relacionada a uma arma, a Estrela da Morte, que, até então, possuía pouco esclarecimento nas histórias já lançadas. Spin-off localizado entre os episódios III e IV desta saga, vê-se aqui, um enredo maduro, o qual transmite ares nostálgicos para todos aqueles fãs assíduos de Star Wars, remetendo, inclusive, às guerras conhecidas pela história mundial, como a Segunda Guerra.
A trama se desenrola com JynErso, filha de um dos maiores cientistas do Império Galáctico e projetista da já citada arma com alto potencial destrutivo. A missão desse episódio é a de tentar desativar a Estrela da Morte, mas, para isso, muitos esforços serão necessários. O telespectador, rapidamente, deslumbra-se com os efeitos visuais realizados pela Industrial Light&Magic e coma trilha sonora composta por Michael Giacchino, cuja música retoma a trilha tradicional mesclada com novos arranjos, proporcionando uma experiência intergaláctica tão palpável quanto as edições anteriores. As atuações não decepcionam. Apesar de um semblante, durante muitas cenas, antipático da personagem principal, Jyn (Felicity Jones), é possível compreender que o ambiente sórdido, hostil e denso favorece a aparência austera não apenas da Jyn, mas de todos os atores em cena.
Além desses aspectos, vale ressaltar, ainda, a presença dos personagens mais amados pelo amplo público fã de Star Wars. A pequena aparição da princesa Lea, do C-3PO e do Darth Vader, por exemplo, comove e alegra, trazendo um ambiente familiar para este spin-off. Rogue One, portanto, não perde a essência dos outros filmes da saga. Os roteiristas Chris Weitz e Tony Gilroy fazem jus ao peso que Star Wars carrega consigo.
Ainda que alguns pontos do filme possam ser contestados, como a insistente fragilidade dos stormtroopers, os 133 minutos da película estão repletos daquilo que o espectador mais aguarda: as guerras interestelares, o velho dilema bem X mal e as questões afetivas a partir de laços familiares, os quais são extremamente enaltecidas e não deixam a desejar, tornando esse episódio digno de ser assistido e apreciado com atenção e entusiasmo não só pelos cinéfilos de carteirinha, mas, também, por aqueles que desejam iniciar uma longa jornada pelo mundo fascinante de Star Wars.
(*) Aline Laranjeira é crítica de cinema