“O número de mortos e contaminados cresce a níveis assustadores em Sergipe, principalmente na Grande Aracaju, e a preocupação principal do patronato é abrir o comércio. É o momento de retomar as atividades, com o aumento do número de mortes no Estado? O que efetivamente o empresariado sergipano tem feito para controlar a pandemia do coronavírus?”.
Os questionamentos do presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de Sergipe (Fecomse), Ronildo Almeida, demonstram a preocupação da classe trabalhadora com os resultados que virão com a pressão dos empresários pela abertura do comércio, mesmo com o crescente número de mortes e infectados em Sergipe – boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, na segunda-feira, 13, mostra que 38.221 pessoas já testaram positivo para a covid-19 e 1.012 morreram.
Enquanto os números de morte e contágio aumentam no Estado, os empresários realizam ato pela reabertura do comércio, como o que ocorreu na segunda-feira, colocando em risco a vida dos trabalhadores, alerta o dirigente sindical.
“A posição da Federação sempre foi pelo lockdown. Se tivéssemos feito isso há tempo, talvez tivéssemos vivendo outra situação e já iniciando uma retomada efetiva das atividades econômicas. Ao invés disso, presenciamos uma disputa de abre e fecha no comércio, inclusive, com abertura irregular de determinados segmentos, com o patronato estimulando a ida ao centro comercial e ocasionando aglomeração, um forte meio de contaminação. Os reflexos dessas atitudes estamos vendo agora”, avalia Ronildo Almeida.
“Entendemos toda a preocupação com a economia, com os empregos, também a temos, mas no momento a curva de contaminação e mortes em Sergipe cresce. Por isso, defendemos que a discussão agora é para buscar saídas seguras, viáveis, que tenham como foco principal preservar vidas”, pondera.
É importante relembrar que, diante da situação de agravamento da pandemia no Estado e da taxa de ocupação de 70% de UTIs públicas para a covid, no último dia 8, uma liminar proferida pela juíza federal da 1ª Vara da Seção Judiciária do Estado de Sergipe numa ação civil pública, movida pelos Ministérios Públicos Federal, do Trabalho e Estadual, determinou a suspensão do faseamento laranja previsto no Plano de Retomada Econômica, que ampliava a abertura de segmentos do comércio.