O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Sergipe (Faese), Ivan Sobral, estima que a produção de grãos no Estado chegue a 900 mil toneladas, caso as previsões das chuvas se confirmem. “O produtor rural está muito animado e esperamos que a marca deste ano supere a de 2018, pois tivemos frustração de safra, porque as chuvas foram mal distribuídas”, disse.
Ele lembra que, no ano passado, a safra de grãos ficou em 170 mil toneladas, um volume bastante inferior, se comparado com 2017, quando a produção foi de 800 mil toneladas. Em 2016, em virtude da estiagem, a safra foi de 150 mil toneladas.
Dentre os grãos, o milho é o que mais se destaca e que mais mexe com a economia do Estado. De acordo com Ivan Sobral, quando houve a queda na safra, no ano passado, deixou de circular em Sergipe R$ 445 milhões, sendo R$ 205 milhões da perda direta do produtor, e R$ 240 milhões que seria o lucro cessante, que é o prejuízo causado pela interrupção de uma atividade.
Atualmente, 15% da produção de milho de Sergipe fica no mercado interno e é muito usado para o gado, aumentando a expectativa para a produção do leite. Os 85% restantes, seguem para Pernambuco, sendo utilizado nas granjas avícolas.
Se todos os prognósticos de chuvas se confirmarem, além do aumento na safra de grãos, a produção do leite em Sergipe também vai ter um incremento. Hoje, são produzidos 600 mil litros de leite por dia. “Já chegamos a produzir 800 mil litros por dia. Se todos os cenários forem favoráveis, a tendência é que consigamos reestabelecer essa mesma produção”, acredita Ivan Sobral.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a estimativa da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas para este ano. A expectativa é que chegue a 231,5 milhões. Caso a previsão se concretize, a produção será 2,2% maior, ou seja, com 5 milhões de toneladas a mais do que a registrada em 2018.
A estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril do instituto é 0,6% maior em relação à última previsão, feita em março.
Os principais responsáveis pelo aumento da previsão de abril em relação a maio foram as projeções mais otimistas para as produções de milho (0,6%), soja (0,1%), sorgo (11%), trigo (7,1%) e algodão herbáceo (1,8%).
Entre as três principais safras de grãos, apenas o milho deverá ter crescimento em relação a 2018 (12,6%). A soja deverá queda de 4,4% e o arroz, de 10,6%.
Entre as lavouras com produção esperada de mais de um milhão de toneladas, além do milho, são esperadas altas, na comparação de 2019 com 2018, nas safras de algodão (29%), feijão (3,2%), sorgo (5%) e trigo (3,9%).
A área colhida também deve fechar o ano com crescimento de 2,2% em relação a 2018, uma redução de 0,1% na comparação com a estimativa feita em março.
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