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São Luís, minha Ilha do Amor, faz 412 anos

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Por Luiz Thadeu Nunes e Silva (*)

 

Sou ilhéu, nascido na Ilha do Amor. Assim me apresento por onde ando. Não gosto do ludovicense, designação para quem nasce em São Luís.

Tenho encantamento pela cidade em que nasci, São Luís do Maranhão. Para mim, um privilégio viver em um lugar tão fascinante, rico em cultura, folclore, diversidade e com a melhor gastronomia do mundo. Terra de magia e encantos. Onde se acha o melhor sorvete de côco? E, caranguejo no toc toc? Arroz de cuxá com torta de camarão? Só aqui, na Ilha do Amor.

A única capital brasileira fundada por franceses, no dia 8 de setembro de 1612, invadida por holandeses, colonizada pelos portugueses.

Moro na Ilha de Upaon-Açu, banhada pelo Oceano Atlântico. Patrimônio Cultural da Humanidade. Aqui me criei, estudei, me formei, constitui família, criei meus filhos. Em breve é aqui que nascerá meu neto Heitor.

Tive a oportunidade de andar pelo mundo, viajei pelos mais distantes e longínquos lugares da terra. Pisei em todos os continentes. Já estive, a passeio, em 151 países dos 194 que fazem parte da ONU. A meta é conhecer todos. Com minhas andanças pelo mundo, tornei-me o cidadão mais viajado do mundo com mobilidade reduzida.

 

Faço esse preâmbulo para dizer que o São Luís é a minha casa; o mundo meu quintal. É aqui que estão minhas raízes, meus amigos, meus amores. Aqui está a minha identidade, minha história. Mesmo com a cidade ultrapassando um milhão de habitantes, ainda esbarro em conhecidos, nos mais diferentes lugares desta linda e caliente ilha.

Em andanças pelo mundo, meus olhos viram coisas belas, grandiosas, encantadoras. Mas tudo que vi era deles, dos povos que visitei. Nada me deslumbrou. Sempre que retorno, só desembarcar em São Luís, respirar o ar, vejo que aqui é o meu lugar.

“Então quer dizer que São Luís é um lugar perfeito?”, alguém me pergunta. “Não”, estamos longe disso. Temos problemas seculares e urgentes que precisam ser resolvidos, para melhor usufruir de nossa bela ilha. Acredito que precisamos mudar com urgência o olhar com nossa cidade.

Centro histórico ornamentado em São João

Em breve teremos eleição para prefeito e vereadores. Temos que escolher com responsabilidade os nossos gestores, que administrarão nossa Ilha do Amor pelos próximos quatro anos. Nós moradores temos que ter amor e zelo com a cidade. Temos que nos conscientizar de que a cidade é um organismo vivo, que precisa de cuidados constantes. É urgente preservar nossos sítios históricos, nossas praças; fazer calçadas, limpar as portas das casas; ter onde armazenar o lixo e descartar nos locais apropriados. Cuidar de nossa segurança; não precisamos nos transformar em uma cidade violenta. Somos uma terra serena, acolhedora, aprazível, de homens e mulheres de boa índole.

Conhecida como Athenas brasileira pelo número de poetas e escritores que aqui nasceram, é em São Luís que se fala o melhor português do Brasil.

Quando foi fundada a Academia Brasileira de Letras, no centro do Rio de Janeiro, em 20 de julho de 1897, tinha quatro maranhenses: Aloísio de Azevedo, Raimundo Corrêa, Arthur Azevedo e Graça Aranha.

Convidado pelo governador Carlos Brandão, sou o subsecretário de Turismo do Estado, e com os olhos de gestor público, o desafio é tornar nossa cidade mais acessível a todos. Melhorando a acessibilidade dos que moram aqui, assim atrairemos turistas de todas as partes.

Precisamos resgatar coisas que fazem parte de nossa história. Nosso centro histórico, com seus casarios precisam ser melhor utilizados, para não se transformarem em cortiços; deteriorados pela ação do tempo e por nossa omissão. Com olhos benfazejos vemos o futuro sem esquecer o passado.

Caro leitor, amiga leitora, lhe faço um convite, caso não conheça São Luís do Maranhão, venha nos visitar; se você já conhece, volte, venha ser feliz em São Luís.  Venha se surpreender, conhecer um lugar singular e plural ao mesmo tempo. É impossível conhecer a Ilha do Amor e não se apaixonar.

Parabéns,  minha velha e amada São Luís pelos seus primeiros 412 anos.

 

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Luiz Thadeu Nunes

Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante: o homem mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes da terra. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.  Membro do IHGM, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; ABLAC, Academia Barreirinhense de Letras, Artes e Ciências; ATHEAR, Academia Atheniense de Letras; e da AVL, Academia Vianense de Letras, membro da ABRASCI. E-mail: luiz.thadeu@uol.com.br

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