A vida profissional do novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, está marcada para sempre por causa de uma frase dita no dia 20 de novembro, quando foi empossado no cargo: “uma única mala talvez não desse toda a materialidade para apontar se houve ou não crime, e quais os partícipes”. Ele se referia à mala que o então deputado Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor do presidente do Michel Temer, com R$ 500 mil carregava. Loures foi flagrado pela PF e ficou preso por uns tempos.
Deve ser muito complicado viver num país assim com tanto surrealismo: o presidente é investigado pela PF, responde a processos no Supremo Tribunal Federal (STF), seus principais assessores podem ser presos a qualquer momento, e um diretor geral da PF minimiza os crimes que seu chefe pode estar envolvido.
Uma semana depois da posse – completada na segunda, 27, ninguém sabe quem Segovia quis agradar.
Será que foi o presidente, ao ponto de entupir seu coração de emoções?
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