Lá vou eu mais uma vez… férias! Ninguém é de ferro! Relembro o que meu irmão Garcia, editor chefe deste semanário, dissera-me certa vez que escrever é colocar sentimentos em palavras. Pois aqui inicio um texto repleto de emoções afloradas numa bela tarde quente em Barcelona.
Nunca dantes havia ficado tanto tempo longe da família. Resolvemos, eu e Aline, nos aventurar pelo velho continente para descansarmos um pouco, renovarmos os laços matrimoniais e, em seguida, retomarmos os trabalhos médicos e a vida social que, queiramos ou não, nos exigem ao máximo!
Deixáramos, pois, nossos filhos, familiares e amigos e partíramos para conhecer lugares ímpares, repletos de belezas naturais, cultura inusitada e gastronomia invejável! Passeáramos, curtíramos momentos excepcionais, conhecêramos pessoas de várias partes deste mundo grandioso, entretanto, embora experimentássemos tantos momentos inesquecíveis, restara uma lacuna dentro d’alma, que aperta o peito… a saudade!
Reporto-me então, novamente, à semântica, que muito me instiga e faz-me relembrar que aquela palavra significa: “sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa ou um lugar ou à ausência de experiências prazerosas já vividas”.
Se por um lado, o mundo se abre ao conhecimento e às sensações quando viajamos em férias, por outro nosso coração se esfacela, haja vista que, bem distante, deixamos pessoas queridas, a doce rotina à qual estamos adaptados e o dignificante labor que nos sustenta.
A Europa é linda, riquíssima em história e berço da civilização moderna, não obstante, melhor ainda é estar na minha querida terra natal Aracaju, lugar de brisa morna, gente acolhedora e comida sensacional, do cuscuz com ovo e charque e café coado, ao caranguejo com cerveja “estupidamente” gelada… eita que vontade que dá! Lembrança maior é do almoço de domingo com meus pais e familiares, ficar no conforto do lar e, muito mais, do abraço carinhoso dos filhos. Henrique e Osório, vocês fazem muita falta!
Isso tudo bem no final do semestre, época dos festejos juninos, estação cultural inesquecível para quem nasceu no país do forró! Saudade imensa do cheirinho da fumaça da fogueira, da pólvora queimada das “guerras de espada” e do milho assado, bem como do sabor indescritível da canjica, pé de moleque e quentão, do chamego do forró dançado agarradinho no ritmo das canções tradicionais que sempre nos reconectam à festa de São João. Ser sergipano é assim: até se fica longe de corpo, mas de coração, não!
Sinto falta do trabalho, do mister que muito me gratifica, do contato com colegas e pacientes, da palavra amiga, do aperto de mão e do sorriso no rosto ao curar aquele que tanto necessita. Sem esquecer-me da corridinha no calçadão da Treze de Julho e dos treinos na academia, como também das sessões da Loja Clodomir Silva e da convivência com meus irmãos de Ordem que me inspiram e auxiliam no desbaste da pedra bruta e na busca da sabedoria.
Estar deveras distante dos amigos, do labor e dos irmãos maçons é extremamente árduo, ainda mais quando me refiro aos entes mais íntimos, ou seja, pais, irmãos consanguíneos e filhos que tanto amo e que me fortalecem. Inexoravelmente, estar separado deles nestes dias de intenso lazer é a certeza de quão importante é tê-los na minha vida, que a fraternidade é fundamental para a convivência em sociedade e que viajar é mais um aditivo que nos reanima para sobrevivermos mais e melhor em prol de si e do próximo! São experiências e histórias acumuladas como estas que serão fonte de inspiração para futuras gerações!
Reafirmo, assim, o pensamento do escritor e poeta lusitano Luís de Camões ao dizer: “a verdadeira afeição na longa ausência se prova”.
Encerro por aqui essa escrita e começo a arrumar as malas, visto que já é hora de voltar para os meus, morrendo de saudade do que ficara no Brasil, agora mental e fisicamente descansado, pronto para novos desafios que estão por vir.
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(*) Médico cirurgião e coloproctologista. Mestre maçom da Loja Maçônica Clodomir Silva 1477, exercendo atualmente o cargo de orador.
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