A balança comercial sergipana apresentou um déficit de US$ 6,37 milhões no mês de março. Diversos fatores como a desvalorização do real perante o dólar e a crise econômica são os principais entraves para números mais interessantes, apesar das exportações terem aumentado aproximadamente 24% no primeiro trimestre de 2018. Mas o segundo produto mais importado, o trigo e a mistura dele com centeio, pode ter problemas nos próximos meses. Isso graças a uma das maiores secas da história da Argentina, país de origem de grande parte desta matéria-prima.
No primeiro trimestre de 2018, Sergipe importou 28,5 toneladas de trigo e misturas de trigo com centeio totalizando US$ 5,2 milhões e sendo responsável por 11,74% das importações do estado. Se comparado ao mesmo período do ano passado, ocorreu um aumento de 6,52%. Esses dados foram retirados do site do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Apesar do plantio do trigo em terras argentinas ser iniciado no mês de maio, a tendência é que haja perdas devido à seca. No início de abril, algumas províncias festejaram a chegada das chuvas, mas a situação ainda preocupa. De acordo com o governo argentino, o prejuízo da colheita dos grãos em geral, em 2018, pode chegar aos 50% em certas regiões. O Brasil ainda enfrenta dificuldades devido à crise na produção do trigo no ano passado, causado pela seca e geadas no Paraná, grande produtor nacional deste cereal.
A alta recente na importação do trigo e seus derivados em Sergipe se dá pelo período da entressafra aqui no Brasil, mas pode ser reflexo do período difícil que pode estar se avizinhando. É possível substituir a importação dos grãos argentinos por grãos dos Estados Unidos, porém isso acarretaria em aumento do custo e, consequentemente, do valor dos produtos finais consumidos pelos brasileiros, ou seja, o aumento dos custos da importação seria repassado ao consumidor final, provocando um aumento nos preços dos produtos essenciais, como pães, bolos, dentre outros. E a volta de um processo inflacionário.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) o Brasil tem condições de reverter esse comportamento atual e aumentar a sua inserção no mercado internacional. Para a entidade, o país pouco avançou nos quesitos de competitividade e produtividade, em relação aos demais países. Nesse momento, seria uma boa saída ter uma produção interna mais estável e que pudesse suprir as demandas do setor industrial brasileiro.
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