Depois de quatro anos consecutivos – de 2015 a 2018 – com o Produto Interno Bruto (PIB) encolhendo, enquanto o Brasil teve resultados positivos, agora chegou o momento de Sergipe virar o jogo. É o que indica a análise macroeconômica da MB Associações/4E Consultoria indicando que o PIB sergipano deverá crescer 4% em 2022. O resultado desse estudo não surgiu como por encanto, mas foi fruto de um trabalho iniciado anteriormente. E mais: nos últimos dois meses de 2021, outras duas boas notícias deixaram Sergipe com destaque no cenário nacional, mesmo diante das adversidades que vem atravessado com a pandemia da Covid-19.
A contextualização deste cenário é do secretário de Estado da Fazenda, Marco Antônio Queiroz, que dirige a pasta desde 6 de junho de 2019, ao licenciar-se da Caixa Econômica Federal, onde é funcionário de carreira. Ele lembra que, no final de novembro de 2021, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o PIB do Brasil de 2019, o de Sergipe chegou a 3.6%, enquanto o do país, módicos 1.2%. “Aí já se via uma diferenciação”, alerta. O mesmo IBGE, desta vez em dezembro, mostrou o índice de pobreza. “Ao lado de outros Estados, Sergipe ocupou o maior espaço, sendo o primeiro colocado que mais reduziu pobreza no Brasil”, atesta o secretário.
Com este cenário e perspectivas positivas ao longo de 2022, Marco Antônio Queiroz garante que “investir em Sergipe é um ótimo negócio”, destacando que o Estado tem riquezas naturais, que há incentivos fiscais para isso. “Sergipe se apresenta como um grande ator para ajudar o país a reduzir a dependência de fertilizantes”, alerta o secretário ao citar como exemplo a retomada da antiga Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados), hoje Unigel Agro, além de empresas como Heringer, gigante do setor.
No conjunto da obra, Marco Antônio cita o empenho do governo no setor de turismo e elogia o titular da pasta, Sales Neto. “O setor de turismo está bem quando os empregos estão crescendo. Sergipe tem tido resultado positivo, fruto do trabalho e planejamento da ação do secretário Sales Neto”, destaca.
Esta semana, quando todos os olhos estavam voltados para as previsões positivas do PIB sergipano para 2022, o secretário Marco Antônio Queiroz conversou com o Só Sergipe.
A leitura desta entrevista vale a pena. Confira.
SÓ SERGIPE –O ano de 2022 começou com uma notícia boa, que é a análise macroeconômica da MB Associações/4E Consultoria sobre o PIB sergipano, que deverá crescer 4%. A que o senhor atribui essa projeção?
MARCO QUEIROZ – Na verdade, não foi somente essa a notícia boa. Nos últimos 90 dias foram três notícias em que Sergipe ocupou lugar de destaque. A primeira foi no final de novembro de 2021, quando o IBGE divulgou o PIB do Brasil de 2019, que foi de 1.2% e o de Sergipe foi de 3.6%, em relação a 2018. Ali, já se via uma diferenciação. Também no mês de dezembro, saiu outra divulgação do IBGE sobre os Estados a respeito dos índices de pobreza. Sergipe, mais uma vez, ocupou lugar de destaque nacional, tendo reduzido, substancialmente, quase em 9% o número de pessoas consideradas pobres. Então, ao lado de alguns outros Estados, Sergipe ocupou o maior espaço, sendo o primeiro colocado que mais reduziu pobreza no Brasil. E agora, essa notícia da consultoria especializada em avaliar cenários, cravou a expectativa para o PIB nacional, sendo que nesse caso Sergipe e Paraíba foram previstos percentuais superiores a 4%. É relevante, mas ela não vem sozinha, mas dentro de um contexto que Sergipe tem ocupado espaço de forma positiva no cenário nacional. O que podemos dizer é que essa projeção se deve a todo o trabalho de gestão fiscal responsável de controle das contas públicas – uma coisa leva à outra – e o planejamento estratégico que foi implementado do governo Belivaldo Chagas. Tudo isso culminou com este momento em que Sergipe está pavimentando caminhos de crescimento sustentáveis, superior à média nacional.
SÓ SERGIPE – O PIB sergipano vai crescer primeiro entre os Estados do país junto com a Paraíba. No aumento proporcional, é maior que o do Brasil. Como se comportou o PIB em anos anteriores?
MARCO QUEIROZ – De 2015 para cá, o Brasil teve resultados positivos em 2017 e 2018 e agora, em 2019. Mas Sergipe não, pois a crise foi maior que no Brasil. O nosso PIB encolheu em 2015, 2016, 2017 e 2018. Foram quatro anos de PIB negativo. Em 2019 o resultado foi positivo. Temos, então, uma informação que nós retiramos, é de que há uma recuperação na economia de Sergipe que está em curso. Por isso que contextualizei a informação, pois ocorreram outros fatores para o crescimento do PIB. A avaliação da consultoria é que o Brasil continue o aumento do PIB em faixas modestas, mas que o PIB de Sergipe supere em muito o nacional.
SÓ SERGIPE – O Governo de Sergipe se planejou como empresa para esses resultados?
MARCO QUEIROZ – O Estado de Sergipe, sob a liderança de Belivaldo Chagas, se planejou para chegar aonde estamos. Ele liderou o Plano Estratégico de 2019 a 2022.É uma coisa importantíssima. Qualquer um de nós, qualquer empresa ou governo que almeje chegar num patamar diferente de onde está, precisa planejar. O planejamento ocorreu, foi consolidado num documento, mas não foi só isso. O governador Belivaldo Chagas sempre esteve presente nas oficinas, conduziu com profissionalismo o governo.
SÓ SERGIPE – Diante disso, qual a probabilidade dessa projeção do PIB se tornar realidade? Fatores externos poderão atrapalhar esse crescimento, ou já há um plano B para conter adversidades?
MARCO QUEIROZ – Claro que há fator externo que possa atrapalhar o crescimento. Vou citar um de fácil compreensão: a própria pandemia, pois ainda não nos livramos dela. Pode haver um recrudescimento, uma cepa mais letal do vírus que não seja controlada pelas vacinas até agora. E se houver redução no comércio, isso atrapalha e fragiliza o que está projetado. Um outro fator externo, a quebra de safra no agronegócio. Nós somos o quarto produtor de milho no Nordeste, algo em torno de 800 mil toneladas/ano, mas em 2018 a safra de milho teve queda. Então, uma quebra para algo em torno de 100 mil toneladas impacta severamente o ambiente de negócios. Quanto ao plano B para conter as adversidades é com respeito à gestão fiscal: a criação de um Estado cada vez mais eficiente, com redução de desigualdades sociais é essencial para o caso de um choque externo que venha trazer um número de PIB de produção menor que o esperado. O Estado tem, hoje, uma capacidade reconhecida pelo Tesouro Nacional de realizar investimentos via bancos. As contas públicas em ordem é a grande premissa do governador Belivaldo Chagas, essa responsabilidade fiscal e melhoria do ambiente de negócio, como consequência. É claro que nós esperamos que as adversidades não sejam tão grandes, mas se forem, o governador Belivaldo Chagas já pavimentou um caminho sem volta. Nós estamos em direção ao crescimento.
SÓ SERGIPE – Um estudo publicado em 2021 pelo IBGE mostra que o PIB de Sergipe foi de R$ 44,69 bilhões em 2019 e apresentou crescimento em volume de 3,6% em relação ao ano anterior. Foi o quinto maior crescimento entre os estados brasileiros. Como o senhor explica esse posicionamento?
MARCO QUEIROZ – Desde 2019 o governador já vem implementando o plano estratégico com controle das contas públicas, redução de secretarias, de cargos em comissão, renúncia de contratos. O governo já trabalhava com a questão da eficiência. E houve uma safra recorde no milho e recuperação da geração de energia, que tem impacto muito positivo no PIB de Sergipe. Posso atribuir ao acúmulo desses fatores.
SÓ SERGIPE – Há possibilidade de Sergipe ir ganhando a dianteira, por exemplo, saindo para quarta ou terceira posição no futuro?
MARCO QUEIROZ – Do ponto de vista de 2019, houve crescimento diferenciado na agropecuária e na geração de energia. Cito, ainda, a indústria da construção civil que tem um valor agregado muito grande, com impacto em várias cadeias, como atividades imobiliárias. A construção civil impactou nas atividades de serviço e foram essenciais para que o PIB tivesse esse desempenho.
SÓ SERGIPE – Pelo menos três setores contribuíram para Sergipe ficar na quinta posição entre os Estados que mais cresceram o PIB: agropecuária, indústria e serviços. Qual o olhar do governo sobre esses três setores?
MARCO QUEIROZ – O governo Belivaldo Chagas oferece, desde 2019, uma alíquota diferenciada para produtores de milho. Um benefício tributário que estimula a formalização de operações. Foram mais de 130 decretos, até agosto de 2021, que o governador sancionou com impacto em diversos setores, deixando-os mais ágeis, com impacto na geração de emprego, na geração de riqueza.
SÓ SERGIPE – Houve crescimento, também, na geração de energia elétrica, produção de milho e construção civil. Qual a contribuição deles?
MARCO QUEIROZ – Sergipe tem recursos naturais, como gás, fertilizantes, grandes reservas de petróleo encontradas em águas ultra profundas. O governo do Estado está fazendo um trabalho de recuperação de estradas, que vai impactar positivamente para o agronegócio. Sergipe se destaca na produção nacional de batata doce, leite e agora somos o quarto produtor nacional de camarão de cativeiro. Isso traz segurança para o empresário que quer investir, pois o Estado tem condição de atender a demanda que produz uma regulação que facilita a instalação de novas empresas.
SÓ SERGIPE – Quando há uma previsão positiva, o empresariado fica em alerta com a possibilidade de investir no Estado. Ao longo de 2021 tivemos investimentos. Mas há outros a caminho?
MARCO QUEIROZ – Sim, há outros investimentos a caminho. A recuperação fiscal faz com que as empresas olhem para Sergipe sabendo que aqui o Estado está organizado com as contas em dia. Isso é um chamariz para que novos investimentos privados sejam feitos.
SÓ SERGIPE – Investir em Sergipe é um bom negócio?
MARCO QUEIROZ – Investir em Sergipe é um ótimo negócio, por conta das riquezas naturais, como petróleo e gás natural. E o gás natural componente na produção do fertilizante, da ureia. Então, posso lhe dizer que a ExxonMobil concorda comigo. A ExxonMobil está se instalando para, em parceria com a Petrobras, fazer extração do óleo e gás natural em Sergipe. A Carmo Energy, que comprou o Polo de Carmópolis, por US$ 1,1 bilhão; a Heringer Fertilizantes, que agora foi adquirida pela Euro Chain, uma misturadora que retornou às atividades devido à volta da Fafen, em Laranjeira; a Mosaic que tem a mina de produção de fertilizantes, cuja presidência teve audiência com o governador. A Mosaic informou que vai continuar a produção na unidade e investir em novas máquinas. Existe, também, o Polo de Fertilizantes, cuja Sedetec está à frente desses projetos. Com todo esse gás natural, todos esses recursos, Sergipe se apresenta ao Brasil como um grande ator para ajudar o país a reduzir a dependência de fertilizantes no mercado.
SÓ SERGIPE – Em novembro de 2021, o governador Belivaldo Chagas assinou um contrato com o BNB e a Deso para investir R$ 270 milhões para obras de saneamento. Esse é um setor importante na geração de empregos, sem dúvida.
MARCO QUEIROZ – Essa operação com a Deso vai beneficiar sete municípios com implantação de rede de esgoto: Boquim, Carira, Itabaianinha, Glória, Riachão do Dantas, Simão Dias e Tobias Barreto, e vai ampliar as estações de tratamento e ampliação da adutora do Alto Sertão. É claro que um movimento desses tem impacto sobre o PIB, com resultado muito positivo na geração de emprego, impacto na saúde, pois o saneamento básico reduz alguns tipos de doença.
SÓ SERGIPE – O Governo do Estado, também, investiu no turismo, numa parceria junto com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH).
MARCO QUEIROZ – O Governo do Estado, através da Secretaria de Turismo, liderada por Sales Neto, que tem feito um excelente trabalho, fez essa parceria com a ABIH e muito mais. O governo está pavimentando o caminho para Sergipe ser um grande local para o trade turístico do país. Recentemente trouxe um voo charter, que saiu diretamente de Minas Gerais; criou a Rota da Farinha, teve o retorno de voos para o aeroporto de Aracaju, com redução de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no querosene de aviação. São várias ações que fazem com que gere impacto nos números. O setor de turismo está bem quando os empregos estão crescendo. Sergipe tem tido resultado positivo, fruto do trabalho e planejamento da ação do secretário Sales Neto.
SÓ SERGIPE – O que essa projeção positiva do PIB trará de benefício para a população, principalmente àquela que busca um trabalho?
MARCO QUEIROZ – Já estão acontecendo benefícios para a população. Sergipe terminou 2021 positivamente. A taxa de desemprego de Sergipe caiu 17,3%, segundo dados do IBGE. Isso tudo é fruto do trabalho liderado sob a gestão de Belivaldo Chagas.
SÓ SERGIPE – Mudando de assunto – este ano -, o governador anunciou concurso público para a Sefaz e também para a Emdagro. Vêm num bom momento esses anúncios?
MARCO QUEIROZ – O governo do Estado anuncia concursos. É muito importante, também, convocar os concursados, como ocorreu com policiais, bombeiros militares. O governador tem feito uma revolução de eficiência no Estado de Sergipe, onde jovens que quiserem estar numa carreira pública a oportunidade está sendo dada. Com o concurso para a Emdagro vai gerar oportunidade para engenheiros. No caso da Sefaz, vaga de auditor técnico de tributos, uma carreira bem remunerada. A inscrição começa em 10 de janeiro, segue até 6 de fevereiro e faz parte do que o governo tem construído, com responsabilidade fiscal, equilíbrio nas contas públicas e um Estado eficiente. Nós queremos convocar todos os jovens que desejam fazer carreira pública a se inscreverem nos concursos públicos, pois o Estado caminha para ficar cada vez mais sustentável. Com certeza, nós teremos um concurso muito concorrido que é o da Sefaz, que chegou em boa hora. Há mais de 30 anos que teve um concurso de auditor tributário da Sefaz e o governador Belivaldo Chagas, após o trabalho de recuperação fiscal, está munindo Sergipe, através do concurso público, de mais técnicos para que a eficiência perdure no executivo sergipano.
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