Há mais de 90 dias sem nenhuma atividade, devido à suspensão das aulas nas redes pública e particular, cerca de 250 motoristas de transporte escolar de Aracaju estão passando necessidade. O presidente da Associação dos transportadores Escolares do Estado de Sergipe, José Wellington Santos, está fazendo campanha para conseguir cestas básicas para distribuir com os motoristas.
“Estamos esquecidos pelos órgãos públicos e muitos dos profissionais dessa categoria estão passando necessidades, pois não têm mais renda. Não recebem dos pais dos alunos, até porque eles não são obrigados a pagar, porque não prestamos o serviço”, explicou José Wellington. Ele disse que a categoria, também, se coloca no lugar dos pais. “Aqueles que tiveram redução de salário, devido à pandemia, não têm como nos pagar. Outra coisa: colégios não quiseram dar descontos e muitos pais estão tirando os filhos das escolas particulares”, completou.
Há mais de 20 anos no mercado, esta é a primeira vez que José Wellington se depara com uma situação como esta, provocada pela pandemia do coronavírus. “Ninguém nunca imaginou um problema deste no mundo. Todos nós tínhamos um planejamento de vida e em 2020 foi tudo totalmente desprogramado. Complicadíssimo. As contas começam a chegar em casa e pensamos como vamos pagar”, afirmou.
Embora existam 250 motoristas de transporte escolar em Aracaju – de um total de 500 em todo o Estado – apenas 100 deles são filiados à associação dirigida por José Wellington. Uma fonte suplementar de renda para esses profissionais são as festas que, também, estão suspensas. “Era a maneira de tirar uma renda extra”, lembrou.
Um desses profissionais que fazia transporte extra era Cássio Adriano Feitosa Trindade. “Estou parado total. Maio e junho, zero de dinheiro. Eu entrei no auxílio de emergência e recebi a primeira parcela”, disse Cássio.
Há 14 anos na atividade, Cássio afirma que é a primeira vez que atravessa uma crise deste tipo. “O transporte escolar é um meio de sustento para muita gente. No Brasil inteiro tem muita gente sofrendo”, lamentou.
A mensalidade para transporte de alunos varia de R$ 150 a R$ 350. Esses valores dependem da distância entre a casa do estudante e a escola e também o local onde reside o motorista. Por exemplo, para quem reside na Aruana, Aeroporto e Atalaia, a média é R$ 350. Mas para quem reside na zona norte, como bairro Industrial, Santo Antônio, a mensalidade fica entre R$ 150 a R$ 180. Existem veículos como Vans, que cabem, em média 15 alunos, e outros carros como Spin, Doblo, com sete lugares.
Outra que sofre com a pandemia, é a motorista Nara Menezes, 49 anos, que há sete atua no transporte escolar. Ela está recebendo o auxílio emergencial do Governo Federal, mas esse valor não é suficiente para cobrir todas as despesas. Nara recebe ajuda da mãe, pois além de fazer as principais refeições com ela, não paga outras despesas como conta de água e luz.
“Se eu tivesse filhos estaria desesperada”, afirma Nara, que torce para o retorno às atividade. Ela afirma que, “graças a Deus já quitei meu carro”, mas lamenta que outros colegas de profissão ainda não tiveram condições de fazer o mesmo. Por isso a situação deles é bem pior.
Há uma semana que Nara está em casa de amigos no Abaís, em Estância, para “ficar longe de tudo”, observa. A motorista deixou o carro guardado em casa.
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