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Semana Santa: consumo de pescado e alternativas de compra em tempos de pandemia pelo COVID-19

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Anderson Almeida (*)
Vanessa Araújo (**)

Todo ano é comemorada a Semana Santa, tradição religiosa cujo objetivo é celebrar a Paixão, Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo. Nesse período há uma intensificação no consumo de pescado pela maioria da população, fator que contribui positivamente com a movimentação econômica de Sergipe, uma vez que a produção de pescado é predominantemente comercializada dentro do próprio Estado.

Para atender ao aumento dessa demanda, grande parte dos pescadores (pesca de captura) e produtores de pescado (aquicultores) programam-se para aumentar sua produtividade e, consequentemente, sua comercialização. Abastecem mercados, feiras livres, bares, restaurantes, peixarias, etc., com pescados frescos, salgados ou congelados, proporcionando diversas alternativas de aquisição do produto pelos consumidores que, naturalmente, saem à procura nesse período.

No entanto, essa está sendo uma Semana Santa atípica, pois com o surgimento e avanço da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), diversas medidas de prevenção estão sendo adotadas a partir das orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), dentre elas, o isolamento social. Essa medida, difícil e necessária, acabou impactando diretamente no escoamento do pescado no Estado de Sergipe, situação vivenciada por todo segmento do agronegócio brasileiro. Em razão disso, produtores e consumidores tiveram que se adequar para garantir, com segurança, tanto a venda quanto a compra de pescado, sem abrir mão das festividades do período da Semana Santa.

Para isso, considerando as orientações da OMS, alguns produtores e pescadores têm optado por comercializar a sua produção diretamente com o consumidor final através da divulgação do seu produto em diversas redes sociais e oferta do serviço de delivery. Essa foi uma das formas encontradas pelos produtores sergipanos para tentar minimizar os impactos negativos até então causados aos setores pesqueiro e aquícola do Estado.

O espaço está sendo monitorado pelo pessoal da saúde municipal

Além disso, a Prefeitura de Aracaju decidiu pela abertura das feiras de pescados que estão ocorrendo nos seguintes locais: Praça de Eventos dos Mercados Centrais (8, 9 e 10/4), Rua Comércio 5, no Bairro Bugio (9 e 10/4) e Rua Cuba e Rua B, no Bairro América (10/4), com horários de funcionamento das 5h30 às 13h30. Essa medida adotada pela Prefeitura, através da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), tem o objetivo de garantir a tradição da Semana Santa, com a observância das condições necessárias à higienização e a não aglomeração, para inibir a possibilidade de avanço do novo coronavírus.

 

Apesar dessas medidas mitigadoras acima mencionadas, alguns produtores e pescadores têm relatado que as vendas estão abaixo do esperado e, no sentido de contribuir com a cadeia produtiva de pescado, é importante que os consumidores deem preferência à compra do pescado em feiras livres, peixarias, restaurantes, bares ou através de serviço de delivery, pois há maiores chances desse produto ser proveniente do Estado de Sergipe e, dessa forma, o consumidor estará ajudando a minimizar os problemas decorrentes dessa pandemia, com o aquecimento da economia local.

Outro aspecto relevante em relação ao consumo de pescado é que este traz inúmeros benefícios à saúde humana, principalmente por ser uma fonte de proteína natural. Dentre os diversos nutrientes presentes em grande parte do pescado, estão os complexos vitamínicos – como, por exemplo, as vitaminas A, B e D –, ômega-3, além de diversos minerais, como zinco, fósforo e cálcio. Por esta razão, recomenda-se o seu consumo regular e, em especial, durante esse período de pandemia, pois estudos científicos evidenciam que a regularização dos níveis de vitamina D no organismo demonstra vantagens contra infecções respiratórias, como a ocasionada pelo novo coronavírus.

Com o término da Semana Santa, as medidas propostas pela Prefeitura de Aracaju para compra de pescado, através dos mercados do peixe deixarão de existir, mas os produtores e pescadores continuarão com a necessidade de escoamento de seus produtos e, também, existirão consumidores interessados na aquisição de pescado. Dessa forma, a aquisição do pescado diretamente com o produtor ou pescador local, seguidas as orientações da OMS para venda e aquisição de produtos, continuará sendo uma alternativa válida e segura.

Ademais, essa medida deverá ser incentivada como forma de sensibilizar os consumidores e compradores a fortalecer o consumo de produtos locais, de modo a beneficiar produtores e pescadores do Estado de Sergipe, pois, em situações de dificuldades, a solidariedade é um excelente rumo à superação.

(*) Anderson Almeida: engenheiro de pesca; engenheiro de segurança do trabalho, Mestre em Recursos Hídricos (UFS) e consultor ambiental.

(**) Vanessa Araújo: advogada; Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFS) e especialista em Direito Tributário e Direito Processual Civil.

 

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