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Seminário discute potencialidades do turismo gastronômico em Sergipe

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O ‘I Seminário para Multiplicadores do Programa Nacional do Turismo Gastronômico’ foi concluido na última sexta-feira(25), no Museu da Gente Sergipana. Palestras e rodas de conversas com temas variados fizeram parte da programação do segundo e último dia do evento promovido, pela Secretaria de Estado do Turismo (Setur), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Sergipe (Sebrae/SE), e Ministério do Turismo (MTur).

“Sergipe tem um potencial na área de gastronomia que é um setor muito importante porque envolve questões culturais, portanto, este seminário não apenas identifica a gastronomia sergipana, mas coloca o estado na vitrine, potencializando as possibilidades de serem criadas coisas novas dentro daquilo que Sergipe tem”, destaca o secretário de Estado do Turismo, Sales Neto.

Com o tema ‘Projeto Paisagens Alimentares’, o analista da Embrapa Alimentos e Territórios, Aluísio Goulart, foi o palestrante que iniciou os trabalhos do dia, inicialmente apresentando a Embrapa Alimentos e Territórios, sediada em Maceió-AL, nova unidade da empresa criada em 2018, e que traz de forma inédita a questão como linha de pesquisa do nexo do turismo, da gastronomia e do alimento, elucidando a bagagem conceitual dos elementos tratados no Projeto Paisagens Alimentares, desde o conceito de paisagens alimentares até os outros conceitos da tipicidade, da tradição e das relações que existem entre todos esses elementos.

A queijada é muito famosa

Ele explicou que a partir disso, tem-se a possibilidade trabalhar projetos como o do tema apresentando, que tem uma lógica de pensar o alimento e a agricultura nesse contexto do desenvolvimento territorial, tendo a gastronomia como um catalisador no processo de desenvolvimento. “Temos feito esse trabalho desde o ano passado, inclusive, com diálogos aqui em Sergipe. Fomos muito bem recebidos pelo secretário Sales Neto, na época, em que ele colocou, inclusive, algumas pessoas da sua equipe para me acompanhar no projeto e colaborar conosco. A partir daquela conversa também fomos direcionados para fazermos algumas visitas às algumas potencialidades do Estado. Aproximadamente realizamos 12 visitas entre Alagoas, Pernambuco e Sergipe, e estamos selecionando quais experiências efetivamente daremos continuidade de forma operacional. Considerando as potencialidades que verificamos aqui, em Sergipe, gostaríamos trabalhar com duas delas”, mencionou.

Assim como a primeira palestra, as rodas de conversas também foram mediadas pelo Prof. da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Dênio Azevedo e o Prof. Joab Almeida (UFS). A primeira abordou o tema ‘Empreendedorismo e Gastronomia Regional’, tendo como mediador o professor Joab, e como participantes o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), Bruno Dórea, que abordou a diversidade no setor desde o microempresário, MEI, delivery, lanchonete, até uma grande churrascaria, um grande restaurante e franquia de shopping,  por exemplo, a diversidade deste setor que é um dos que mais se emprega no turismo, constituindo uma cadeia que gera frutos de tantos lados (cultural e regional, por exemplo).

O gerente da unidade operativa do Senac (Restaurante Bistrô SENAC Cacique Chá), o professor Alberto Correia, também fez sua contribuição no tema, explanando como o Senac vai contribuir com o empreendedorismo regional e cultural, inclusive, já está em preparação para treinar e capacitar equipes não só na área da gastronomia, assim como nas demais de forma mais direcionada e personalizada, tendo em vista que o novo mercado pós-pandemia mudou muito, pois o empreendedor (pequeno e médio porte) querem cursos rápidos e especializações facilitando suas necessidades.

Já  a analista técnica do Sebrae/SE, Bianca Faria, falou sobre a importância do empreendedorismo para o setor de alimentação fora do lar, dos bares e restaurantes, explanando como a união deles no Associativismo e no Cooperativismo muda o cenário da gastronomia no Estado, assim como a utilização das boas práticas de manipulação de alimentos para o setor; e o diretor da Growth TOCA (BA), Rafael Brasileiro, dialogou sobre a experiência da sua empresa que é voltada ao turismo experiência e gastronomia regional, considerando que é uma parte muito importante relacionada ao turismo mais sustentável, por meio de investimentos de responsabilidade socioambiental corporativo, estruturando comunidades no apoio em que é deficitário, por meio de linha da educação (tanto vocacional, como complementar ao ensino convencional, e também profissionalizante), visando o empreendedorismo, além do saneamento visando uma economia regenerativa afim de  adotar práticas sustentáveis, e inserção dessas comunidades no  mercado de trabalho.

A partir segunda roda de conversa, essa e as demais foram mediadas pelo Dênio Azevedo. ‘Políticas Públicas, Alimentos Identitários, Saberes e Fazeres’, teve como participantes o prefeito de Indiaroba, Adinaldo Nascimento, que falou sobre a moeda digital denominada “Aratu”, em homenagem às marisqueiras presentes no município, cuja circulação é somente no comércio local, e que além do caráter social e econômico, beneficia a captação e circulação de recursos no município. Nesse bate-papo, a turismóloga e mestranda em Turismo, Luara Lázaro, apresentou um recente levantamento gastrológico em São Cristóvão-SE, enfatizando a riqueza em alimentos que fazem parte da cultura alimentar local, a exemplo de mariscos, peixes e mandioca, além da produção de beijus, pé de moleque e iguarias locais como queijadinhas e bricelets.

São Cristóvão, forte potencial turístico

Relatando a sua experiência como catadora da mangaba que foi uma atividade passada da sua mãe, a turismóloga, Patrícia Santos de Jesus, falou sobre a Rede Solidária de Mulheres, que é um projeto da Associação das Catadoras de Mangaba e Indiaroba (Ascamai). Ela fez a exposição sobre a criação participativa do roteiro comunitário Cauã, na Barra dos Coqueiros-SE. E finalizando o bate-papo, o chef de Gastrotinga, Timóteo Domingos,de Canindé-de São Francisco-SE, e que é nacionalmente conhecido, falou da sua experiência ao criar e apostar na “Gastrotinga”, junção de alta gastronomia e Caatinga, usando como principal insumo para suas criações culinárias, a palma.

Atividades paralelas complementaram a programação do evento, como a feira de artesanato e da economia criativa, realizada na área externa do Museu; e no turno da tarde os participantes do evento tiveram a oportunidade de conhecer a cidade de São Cristóvão, onde os visitaram as fábricas dos Bricelets e de Queijadas.

O I Seminário para Multiplicadores do Programa Nacional do Turismo Gastronômico, também contou com o apoio do Instituto BANESE, Museu da Gente Sergipana, Universidade Federal de Sergipe (UFS), EMBRAPA/AL, FECOMÉRCIO e SENAC /SE, SENAC/BA, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), Prefeitura Municipal de Aracaju, Sergipe Trade Tur e DelMar Hotel.

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