Companheiros de geração, o baiano ACM Neto (janeiro de 1979) e o sergipano Valadares Filho (outubro de 1980), têm trajetórias políticas parecidas. Ambos chegaram três vezes à Câmara Federal e ambos perderam uma eleição para prefeito das capitais de seus Estados (ACM Neto em 2008 e Valadares Filho em 2012).
No último dia 2 de outubro, quando ACM Neto se reelegia prefeito de Salvador com 74% dos votos, Valadares Filho chegava ao segundo turno na disputa pela Prefeitura de Aracaju, num desempenho que logo lhe colocaria em primeiro lugar para vencer o segundo turno.
Na segunda-feira, dia 10, ACM Neto aportou em Aracaju, generosamente movido da intenção de ajudar, ainda mais, o amigo Valadares Filho a tornar-se um colega de Executivo. A se eleger prefeito da capital sergipana. E saiu daqui consciente de que isso é só uma questão de esperar o dia 30 de outubro chegar.
“Ser prefeito de Aracaju é o grande teste da vida de Valadares Filho”, disse ACM Neto. “Eu o conheço e já ouvi isso dele, igual ao que eu procurei colocar na cabeça lá em Salvador: eu sabia que era o grande teste de minha vida. Se eu desse errado, se eu falhasse, ia condenar o meu futuro com menos de 40 anos de idade. Se ele for bem, se credencia para qualquer coisa no futuro. Se ele der errado, compromete o futuro dele muito jovem – mas ele se sairá bem”, disse ACM Neto.
Segundo o baiano, a condição de “deputado federal de três mandatos” é um grande trunfo em favor de Valadares Filho e do seu projeto de fazer muito por Aracaju como prefeito. ACM Neto alerta que o preconceito que a oposição aracajuana tenta passar sobre o fato de Valadares Filho não ter tido experiência executiva se deu contra ele na Bahia e não tem qualquer sustentação.
“Eu também fui três vezes deputado federal e na metade do meu terceiro mandato me elegi prefeito de Salvador. Enfrentei essa mesma desconfiança há quatros anos por nunca ter governado nada. No entanto, surpreendi as pessoas e mostrei que é possível você ter capacidade política e capacidade administrativa. Conciliar as duas coisas, ser um gestor público de qualidade, tendo uma cabeça, uma história e uma militância política”, diz ACM Neto nesta entrevista.
– Os oponentes de Valadares Filho tentam desqualificar as probabilidades dele no Executivo, subestimando os três mandatos de deputado federal que ele tem. O senhor considera a experiência do Legislativo importante para quem tem pretensões no Executivo?
ACM Neto – Eu também fui três vezes deputado federal e na metade do meu terceiro mandato me elegi prefeito de Salvador. Enfrentei essa mesma desconfiança há quatros anos por nunca ter governado nada. No entanto, surpreendi as pessoas e mostrei que é possível você ter capacidade política e capacidade administrativa. Conciliar as duas coisas, ser um gestor público de qualidade, tendo uma cabeça, uma história e uma militância política.
– A sensibilidade legislativa ajuda nas demandas executivas?
ACMN – Eu diria que um bom prefeito, um bom governador, um bom presidente, necessariamente, tem que conciliar as duas coisas – capacidade política e capacidade administrativa. A minha experiência parlamentar pregressa, no ano em que eu assumi a Prefeitura, foi decisiva. Eu cheguei lá e sabia exatamente como organizar a relação com a Câmara dos Vereadores, tanto que aprovei 100% todos os projetos ao longo dos primeiros quatro anos. Também já conhecia Brasília e sabia como buscar os recursos ali, na porta de quem bater. Quando eu ia a Brasília não precisava me apresentar. As pessoas já sabiam quem eu era, e eu vejo que Valadares Filho aqui em Aracaju tem essa mesma trajetória: a experiência parlamentar que é muito importante e a força de vontade para fazer um grande trabalho.
– O senhor acha que ele está seguro da importância dessa condição?
ACMN – Eu o conheço e já ouvi isso dele, igual ao que eu procurei colocar na cabeça lá em Salvador: eu sabia que era o grande teste de minha vida. Se eu desse errado, se eu falhasse ia condenar o meu futuro com menos de 40 anos de idade. Ser prefeito de Aracaju é o grande teste da vida de Valadares Filho. Se ele for bem, se credencia para qualquer coisa no futuro. Se ele der errado, compromete o futuro dele muito jovem – mas ele se sairá bem. Esse senso de responsabilidade é muito importante. Ele, por exemplo, me acompanhou desde o dia em que eu ganhei a eleição e eu não precisava ter três milhões de pessoas me cobrando, porque a minha cobrança, que eu fazia sobre mim mesmo era (sabendo que meu futuro estava em jogo) tão grande ou maior do que a de três milhões de pessoas somadas. Eu vejo essa força de vontade em Valadares Filho.
– O senhor conviveu com Valadares Filho durante um mandato e meio (enquanto deputados federais) e isso significam seis anos. Qual a leitura que o senhor faz dele enquanto político?
ACMN – Olha, convivi com ele não somente na Câmara. Mais do que isso: como temos muitos amigos em comum, diversas vezes sentamos para conversar sobre a vida, sobre a política, sobre tudo. Vejo nele um cara que tem espírito público – o que é fundamental hoje em dia na política. Ele está na vida pública por amor, por vontade de servir. Ele se preparou para isso. Valadares Filho se qualificou. Então, quando chegar no dia 1º de janeiro de 2017, ele saberá o que fazer. Ele está disposto a montar uma boa equipe, buscar os melhores e a criar quadros técnicos destacados na Prefeitura de Aracaju. Sobretudo, ele conhece os problemas da cidade e sabe os caminhos para resolvê-los. O testemunho que eu trago e fiz questão de vim para Aracaju não é apenas como político, mas como colega dele que fui, como um observador que vê a sua trajetória e o futuro que ele tem pela frente.
– O senhor tem pressa em ser governador da Bahia?
ACMN – Não. Quem tem tempo não tem pressa. As coisas aconteceram muito rapidamente na minha vida. Eu, hoje com 37 anos de idade, já vencia a minha quinta eleição (sendo três para deputado) e agora duas para prefeito de Salvador. Teve uma para prefeito que não ganhei, a de 2008. Não tenho que ter pressa em absoluto. Eu sou muito de olhar o momento de agora e de me esforçar ao limite máximo para fazer o melhor pelo momento de agora. O futuro eu só trago à cena quando se tornar presente.
– Nesta questão do agora, como o senhor avalia o Brasil. O senhor está muito preocupado com os desdobramentos da crise?
ACMN – Está tudo muito confuso. A gente não consegue enxergar o cenário para 2018. O Congresso Nacional tem agora alguns desafios importantes que terão que ser tratados com muita seriedade. A política precisa de estabilidade. O que é que eu digo: tem uma importante parcela da população que se posicionou contra o impeachment (que não queria que a presidente Dilma tivesse saído). Mas isso é uma página vidara. Já aconteceu. Agora não adianta mais estar olhando para trás. Tem que estar olhando para frente, e todo mundo tem que tentar se unir para o país viver um momento diferente, porque só assim, só com estabilidade política é que nós vamos ter a retomada do crescimento econômico do país, que é decisivo, essencial, para que tudo aconteça, inclusive para que os projetos sociais sejam preservados.
– Isso pode ser feito sob Temer ainda ou a gente tem que esperar para depois de 2018?
ACMN – Espero que seja feito sob Temer, pelo menos essa transição. É claro que não há de se imaginar que o atual governo tenha capacidade de promover mudanças radicais na estrutura político-administrativo do país. Eu não imagino isso. Mas eu acho que essa travessia tem que começar a ser feita agora e, gostando-se ou não do presidente da República, nesse momento todos devem torcer pelo seu sucesso, porque significa o sucesso do país.
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