Cultura

Será lançado em Aracaju, livro contando a história de Irmã Dulce

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Capa do livro que conta a história da Santa dos Pobres

Aracaju recebe na próxima quinta-feira (6/2) o lançamento do livro “Irmã Dulce, a Santa dos Pobres” (editora Planeta), a biografia da primeira mulher brasileira declarada santa pela Igreja Católica. A obra é resultado de oito anos de pesquisa do jornalista Graciliano Rocha, que consultou documentos pelo Brasil, Estados Unidos, Itália e Vaticano e esteve presente nas principais listas de best-sellers do país em novembro e dezembro.

O lançamento e a noite de autógrafos acontecem na livraria Escariz do Shopping Riomar a partir das 19h da próxima quinta.

O livro retrata a trajetória Irmã Dulce do nascimento em 1914, descreve como ela conseguiu ser considerada santa ainda em vida por causa da dedicação que tinha pelos pobres e oferece detalhes dos dois milagres atribuídos a ela que resultaram na canonização. A revista Veja considerou o livro “a mais completa biografia sobre a freira baiana.”

A obra mostra como Irmã Dulce se transformou em uma das figuras mais influentes do catolicismo brasileiro e reconstitui encontros da freira com Madre Teresa de Calcutá e com o papa João Paulo II.

Cláudia Cristiane foi salva por Irmã Dulce

E, no que diz respeito a Sergipe, traz informações inéditas sobre o tempo que a jovem baiana Maria Rita Lopes Pontes chegou a São Cristóvão em 1933 com o objetivo de se tornar uma freira. Com base em pesquisa de documentos espalhados em arquivos e em entrevistas com pessoas que viveram em Sergipe na época, o livro trata detalhes da vida dura que a jovem levava no convento e como foi a escolha do nome religioso com o qual a freira se tornaria conhecida no Brasil e no mundo.

A obra também investiga os bastidores da cura da funcionária pública sergipana Cláudia Cristiane Santos, que sofreu uma brutal hemorragia após um parto em um hospital de Itabaiana e chegou a ser desenganada. A partir dos registros médicos e de entrevistas, o autor consegue revelar exatamente o que aconteceu durante as três cirurgias a que ela foi submetida naquele dia de 2001 até que escapasse da morte sem uma explicação científica convincente. O caso foi considerado pelo Vaticano o primeiro milagre de Irmã Dulce.
O livro examina Irmã Dulce além da religião. Trata-se de uma mulher forte e empreendedora, que fundou um hospital, criou um orfanato e era o último recurso de pobres e doentes que não tinham outra porta a bater. Isso foi especialmente importante em uma época em que não existia o SUS e pessoas sem carteira assinada não tinham direito a atendimento em hospitais públicos.

A obra também ilumina o perfil político de Irmã Dulce ao examinar a relação da religiosa com o poderoso Antonio Carlos Magalhães e praticamente todos os presidentes da República desde Eurico Gaspar Dutra (1946-1950). De João Figueiredo (1979-1985), último presidente do regime militar, arrancou risadas e dinheiro para ampliar sua obra. Nenhum político foi tão próximo dela quanto o presidente José Sarney. Ela era uma das poucas pessoas que tinha o número de telefone que ficava na mesa do presidente no Palácio do Planalto.

Entre os mais de 100 entrevistados estão familiares da freira e importantes representantes dos meios católico, político e empresarial, como o escritor Paulo Coelho, o ex-presidente Sarney, o banqueiro Angelo Calmon Sá e o empreiteiro Norberto Odebrecht (1920-2014), este último amigo próximo da freira por mais de 50 anos.

O autor

Nascido em São Paulo em 1976, Graciliano Rocha formou-se em jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e construiu carreira como repórter e editor em grandes veículos brasileiros e internacionais. Repórter do jornal Folha de S.Paulo por mais de uma década, ele foi correspondente internacional em Paris, cobrindo temas como a renúncia do papa Bento XVI e a Guerra do Mali (África), e a Operação Lava Jato.
Atualmente, ele dirige a operação brasileira de notícias do site BuzzFeed News, um dos pesos-pesados da cobertura política nos Estados Unidos. No BuzzFeed, ele coordenou as coberturas das eleições presidenciais do México e do Brasil em 2018 e foi ganhador, como editor, do Prêmio Petrobras de Jornalismo, principal honraria do jornalismo brasileiro.
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