Na semana passada, mais uma vez o Copom reduziu a taxa Selic, desta vez para 2% a.a e muitos economistas já pensam em uma taxa Selic de 1,75% a.a. Isso em muitos casos é interessante, mas será que o Brasil está preparado para ter juros de primeiro mundo? E também o investidor brasileiro está preparado para investir nesse novo cenário?
À primeira vista vendo os efeitos da pandemia na economia como um todo, sendo considerados nesse momento menos danosos do que se tinha imaginado no começo da crise, podemos pensar que teremos uma recuperação acelerada dos níveis pós-pandemia, já que o capital que antes seria entesourado, agora irá para as empresas investirem em seu crescimento, gerando assim mais emprego e renda.
Muitos pensam também que a inflação está controlada, mas levando em conta os contínuos estímulos à economia que o governo está lançando, devemos imaginar que em determinado momento a conta vai chegar para todos na forma do temível dragão que está tirando um cochilo desde 2016, mas já ameaça acordar, talvez, em um momento em que estaríamos necessitando de maior liquidez.
Esses pensamentos vêm rondando a mente dos investidores e dos responsáveis por empresas que venho conversando nesses últimos tempos. E a pergunta é: O que o Governo vai fazer? Quem responder a essa pergunta com eficiência terá em mãos ótimas chances para se preparar.
As hipóteses de que ele possa aumentar impostos para recolher liquidez da economia e assim travar a inflação é grande. Sabendo também que isso travaria a economia, outra chance seria aumentar os juros através da Selic, mas isso mandaria mensagens contraditórias para o mercado o que seria ruim já que os investidores poderiam ficar sem norte para investir e assim evitar fazer qualquer aplicação.
Fora esse dilema, muitos gestores acreditam que o governo vai aproveitar a Selic baixa para incentivar alguns setores, como indústria e construção civil, pois historicamente é assim que o governo reduz impactos de crise e gera empregos rápidos.
Reflitam sobre essas possibilidades e busquem se preparar para lucrar com esse cenário.
Agora do lado do investidor temos ainda outra dúvida. Muitos investidores buscam no Brasil uma forma de ganho fácil e têm a nostalgia de, em 2016, ter investido na renda fixa a 20% ao ano. Mas isso ficou para trás. Era uma época em que a inflação estava quase em 11% ao ano, e por incrível que pareça o cenário político estava mais arriscado do que hoje com uma pandemia e políticas públicas ineficientes para lidar com o problema.
Na época, nenhum investidor acreditava no Brasil, mandava o dinheiro para fora e os estrangeiros não queriam investir aqui, por isso as taxas tão absurdas. Não creio que a renda fixa volte tão cedo a patamares de dar dois dígitos ao ano, mas também não podemos dizer que a renda fixa morreu.
Devemos lembrar que essas são taxas praticadas em outros países há muito tempo e um dia chegaria aqui no Brasil. Mesmo tendo chegado, o Brasil ainda mostra distorções de alguns ativos pagando até três vezes a Selic ao ano e protegido de inflação. Sim, a renda fixa está aí dando lucro para alguns que sabem garimpar as oportunidades.
Porém, mais importante que o lucro é a verdadeira função de renda fixa em sua carteira de investimento que é a de baixar a volatilidade e também trazer segurança de que você terá seu dinheiro sempre atualizado.
Muitos migraram para a renda variável, após esse período de queda da renda fixa, e estão até ganhando dinheiro na distorção do mercado gerada pela onda de estímulos globais. Como podemos dizer, há dinheiro circulando por aí que não existe, mas uma hora esse dinheiro que circula por aí vai ter que ser recolhido.
Muitos que investem no S&P 500 ou no Ibovespa, estão esquecendo desse fato, enquanto os mais experientes estão aproveitando o momento e fazendo Hedge com Ouro, opções ou futuros, para que quando a economia for enxugada eles estejam protegidos e lucrem muito com isso.
Para concluir, é importante dizer o seguinte: Você investidor, que entrou no mercado nessa onda crescente de estímulos da economia, aproveite para lucrar na subida inflacionada dos ativos, mas já vá se planejando para se proteger, pois se você não gerir o risco quando começar o movimento de retração (e ele virá) você será tragado. Por isso estude Hedge, seja com opções ou ouro.
Um abraço e bons investimentos.
(*) David Rocha escreve semanalmente, às terças-feiras. Ele é assessor de investimentos e educador financeiro, que vive o mercado diariamente, desde 2011, e autor do livro Tesouro Direto – Um Caminho para a liberdade financeira de 2016.
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