Alvo de crítica dos opositores que lhe deram o codinome de “suplente de Deus”, o deputado federal André Moura (PSC), líder do governo Michel Temer, disse que isso é “choro de quem não tem o que mostrar”. Mesmo apoiando um governo como popularidade quase zero, tendo contra si um pedido de condenação feito pela procuradora geral da República, Raquel Dodge, André garante que segue firme para concorrer às eleições deste ano. “Penso que todo político sonha um dia ser governador do seu Estado e comigo não é diferente” confessa. No entanto, vai aguardar os acordos, a decisão da maioria do grupo, garantindo que os nomes que comporão a chapa majoritária serão divulgados em breve. Ele acha que, por parte dos sergipanos “seria uma ingratidão não reconhecerem que tem sido neste governo do presidente Michel Temer que nosso Estado, proporcionalmente, é o que mais recebe verbas do Governo Federal”.
SÓ SERGIPE – O senhor disse que está disposto a concorrer ao cargo de governador de Sergipe. O Senado ou até a reeleição a deputado federal podem ser outros caminhos? Afinal, lá no seu íntimo, qual é a preferência?
ANDRÉ MOURA – Penso que todo político sonha um dia ser governador do seu Estado. Comigo não é diferente, mas não existe questão de vida ou morte. Tudo depende da conjuntura, dos acordos políticos e da decisão da maioria do grupo. Temos conversado com as lideranças da oposição e os nomes para compor a chapa majoritária serão divulgados em breve.
SS – O senhor tem circulado muito bem entre o governador Jackson Barreto e o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira. Quem está se aproximando de quem? Esse trânsito pode lhe trazer algo de positivo, do ponto de vista eleitoral?
AM – Não existe aproximação política, como muita gente tenta sugerir, até de modo insistente. Cada qual no seu quadrado, no seu grupo: o governador e o prefeito lá, nós cá! Agora, deixar de ajudar a população apenas porque o governador ou o prefeito não é do meu agrupamento político, isso eu jamais farei. Meu lema é: os sergipanos em primeiro lugar, e isso é o que importa para mim.
SS – Mais recentemente, o senhor foi visitar o senador Antônio Carlos Valadares, que está de licença médica. A sucessão estadual foi um dos temas dessa conversa? O senhor foi buscar apoio do PSB?
AM – Tratamos de amenidades, não discutimos sucessão. Fui fazer uma visita de cortesia a um correligionário.
SS – A sua desenvoltura tem gerado críticas de adversários, principalmente no que diz respeito às emendas para Aracaju. O senhor foi até chamado de “suplente de Deus” pelos opositores. Como vê essas críticas?
AM – Fazer o quê com a língua dessas pessoas, né? Eu tenho feito a minha parte, que é lutar para liberar o maior volume de verbas possível, especialmente para os nossos municípios, a maioria em situação financeira prejudicada. Se isso desagrada a uns e outros, repito: eu não vou deixar de ajudar a população, especialmente quem mais precisa e depende das ações do poder público, porque isso incomoda o político A ou o político B. O resto é choro de quem não tem o que mostrar.
SS – Os seus planos políticos para o futuro não podem ser prejudicados, já que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu recentemente a sua condenação?
AM – Em todos os processos julgados até agora, nos quais consegui o legítimo direito de defesa, obtivemos vitória. O STJ e o próprio TJ/SE já reconheceram – no caso do STJ, por votação unânime – a existência de cerceamento de defesa, em razão da falta de instrução dos processos. Trocando em miúdos: as ações foram julgadas sem a ouvida de testemunhas e sequer o meu próprio testemunho. Desta forma, nada me impede de ser candidato.
SS – O que o senhor pode dizer em sua defesa, diante do pedido da procuradora-geral da República?
AM – A defesa é uma só: não há qualquer irregularidade provada nos autos!
SS – Quais são seus projetos, caso seja candidato a governador?
AM – Seria antecipar um juízo que, no momento, está ainda sendo decidido. Mas, sem dúvida, quem quer que seja o candidato terá de focar o plano de governo nas questões que mais prejudicam a população: a falta de serviços dignos no âmbito da saúde, segurança, educação e geração de emprego. Também será preciso reformar o Estado para reduzir custos e atualizá-lo ao mundo moderno, no qual a tecnologia domina. Será necessário ainda valorizar o servidor público da ativa, que hoje recebe tratamento indigno para quem tem tamanha responsabilidade, e também os aposentados, que merecem nosso respeito e consideração pelo muito que fizeram.
SS – Como o senhor interpreta os números da pesquisa que lhe deu um crescimento exponencial? Esse crescimento é fruto de quê? Das andanças dele pelo interior ou por ter conseguido recursos para as prefeituras, independente do partido? Ou ambos?
AM – Agradeço a generosidade dos sergipanos. Creio que seja o reconhecimento do trabalho em Brasília, em busca de trazer mais qualidade de vida para todos, sobretudo para os mais necessitados.
SS – Diante desses números, qual vai ser a postura a partir de agora? Na pesquisa induzida para o Senado, os percentuais são melhores, embora os outros também sejam relevantes. Como estão as tratativas no partido e se fosse para escolher sozinho, qual caminho o senhor prefere trilhar?
AM – Prefiro aguardar a discussões internas para depois me manifestar.
SS – Voltando aos processos que o senhor responde. Vamos imaginar que o senhor passe incólume por eles e concorra nessas eleições. O fato de ser líder de um presidente com baixa popularidade pode lhe prejudicar junto ao eleitorado?
AM – Seria uma ingratidão dos sergipanos não reconhecerem que tem sido neste governo do presidente Michel Temer que nosso Estado, proporcionalmente, é o que mais recebe verbas do Governo Federal. Por outro lado, o presidente tem demonstrado firmeza para resolver questões como a segurança e a retomada do crescimento. Os empregos estão voltando e a economia avança. Isso tudo será levado em conta pela população, não tenho dúvida.
SS- Como conquistar o voto, já que o senhor apoia um governo sem aprovação popular, um presidente investigado pela Polícia Federal e um amigo (o ex-deputado federal Eduardo Cunha) preso?
AM – O presidente foi vítima de uma armação e vai prová-lo. Quanto ao ex-deputado Eduardo Cunha, mantive com ele uma relação de líder com o presidente da Câmara dos Deputados. Seria impossível liderar a bancada do governo sem ter contato quase que diário com quem preside o Poder, e isso vale também para o líder da oposição.
SS – Por falar em Cunha, o senhor foi visitá-lo na prisão?
AM – Creio que nenhum deputado foi a Curitiba fazer-lhe uma visita. Soube até que ele prefere não receber ninguém, apenas advogados e pessoas próximas dele.
SS – Como o senhor analisa o seguinte ditado popular: “Diga-me como quem andas e eu te direi quem és”?
AM – Tenho muito orgulho das pessoas que eu escolho para andar. A vida política lhe aproxima de muita gente, e muita gente se aproxima de você. Cada qual que responda pelos seus atos.
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