Entrevista

“Sergipe é um estado vizinho, somos irmãos”, disse o secretário de Turismo da Bahia, Fausto Franco

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O secretário estadual de Turismo da Bahia, Fausto de Abreu Franco, conhecido como  um dos principais empresários de entretenimento do País,   pretende investir para atrair o turista sergipano. Segundo ele, no momento, “as pessoas querem viajar para lugares perto de casa e Sergipe é muito interessante para nós pela proximidade e pelas relações que nos cercam”.

“Nós somos irmãos”, disse ao se referir à sinergia que une baianos e sergipanos.  Mesmo com a pandemia, o secretário disse que sempre manteve contato com as operadoras de turismo e companhias aéreas, com o objetivo de “manter acesa a chama do turismo”. E está trabalhando algumas campanhas de marketing  e redes sociais para que a Bahia esteja na mente das pessoas.

Esta semana, Fausto Franco conversou com o portal Só Sergipe e disse que conseguiu R$ 100 milhões do Governo Federal, mas esse valor ainda é pouco, para ajudar o empresário de setor.

Elevador Lacerda, em Salvador Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

SÓ SERGIPE – Uma das atividades que mais sofreu com a pandemia da covid-19 foi o turismo. Em todo o mundo, as pessoas foram obrigadas a ficar em casa. Mas agora, o turismo vem sendo retomado e Sergipe e Bahia são estados vizinhos e essa intervisitação é muito grande. O que a Secretaria de Estado do Turismo da Bahia está fazendo pra atrair o turista sergipano?

FAUSTO FRANCO – Eu acho que o mercado de Sergipe é muito interessante para nós  pela proximidade e pelas relações que nos cercam. Mas temos que lembrar que a pandemia ainda continua conosco. Aquelas aglomerações que conhecíamos e que costumávamos fazer como carnaval, réveillon, etc. não vão ser possíveis, por ainda não termos vacina. Mas a Bahia tem outros predicados para apresentar.

SS – Por exemplo?

FF – Nossa gastronomia, cultura, religião, nossa história. Não faltam atrativos na Bahia. Acho que Sergipe e Bahia têm um intercâmbio muito interessante. É sinérgica a relação entre Bahia e Sergipe.

SS – Como o senhor disse, a pandemia ainda está aí. Mas as pessoas querem sair de casa, para viagens dentro do país, não é?

FF – Sim. Pesquisas que fizemos e conversas que estamos tendo, mostram que as pessoas sentem necessidade de sair de casa, viajar, mas, num primeiro momento viagens curtas.  Sergipe é um estado vizinho, somos irmãos. Ninguém quer fazer viagens internacionais, até porque não estamos sendo aceitos em vários lugares do mundo e o dólar ainda está alto.

Chapada Diamantina (Miradas.com.br / Creative Commons)

SS – O turismo na Bahia é o ano inteiro, e o nordeste é um excelente destino. O que o senhor tem feito para manter a chama do turismo acesa nestes tempos?

FF – A Bahia é muito grande e isso é vantajoso. Há duas baías super navegáveis, tem a Chapada Diamantina, os cânions do rio São Francisco, Abrolhos e Salvador foi a primeira capital do Brasil. Temos uma história muito rica e intensa para o turismo. A história do Brasil passa pela Bahia em todos os sentimentos, então é muito natural o desejo de conhecê-la. Vários artistas cantam a Bahia, temos Jorge Amado e tantos outros. Isso tudo serve de estímulo para as pessoas visitarem a Bahia. Estamos trabalhando o marketing, trabalhando com as operadores e empresas aéreos, mas sempre informando, primeiro, que estamos preocupados com a questão sanitária. Mas dizendo que no momento certo estaremos de braços abertos e com o sorriso que só o baiano sabe ter, com seu jeito bem despojado, para receber todos.

SS – O senhor integra o Fórum dos Secretários e Dirigentes Estaduais do Turismo – Fornatur – e em março subscreveu uma carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro, quando, em 24 de março, ele pregou a volta à normalidade.

FF – Sim, subscrevi o documento. As coisas  são muito lentas e precisamos de oxigênio. O setor de turismo foi um dos mais atingidos na pandemia e um dos últimos a voltar. Muitas empresas, pousadas e hotéis fecharam, principalmente, os menores. Se não tiver ajuda ao empresariado, ele não consegue manter o negócio funcionando. E o crédito é muito burocrático para chegar na mão do empresário. Esperemos muita celeridade do governo federal para que ajude o setor.

SS  – O Fornatur continua se reunindo e o senhor mantém contato com outros secretários de turismo e com o Governo Federal?

FF – Estamos sempre conversando, tendo reuniões virtuais para manter a estratégias e fazer cobranças ao ministério do Turismo. Nós conseguimos um crédito de R$ 100 milhões, junto ao  Governo Federal, mas ainda é pouco. Vou buscar mais para ajudar os empresários do setor turístico  para que continuem com as empresas funcionando.

 

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Antônio Carlos Garcia

CEO do Só Sergipe

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