Deverá faltar cerveja nos próximos dias em bares, restaurantes, supermercados e a rede hoteleira em Sergipe, pois a fábrica da Ambev, no município de Estância, não libera, há dois dias, nenhum carregamento para o Estado. Hoje, 6, somente dois caminhões saíram da empresa com direção à Bahia. Na quarta-feira, 5, a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), com apoio do Departamento de Crimes Contra Ordem Tributária (Deotap), iniciou uma operação de fiscalização com o objetivo de proibir práticas irregulares de comercialização e ainda promover o recolhimento do IMCS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) devido ao Estado.
Entre as irregularidades encontradas pelos auditores da Sefaz está a diferença de preço entre a cerveja vendida para a Bahia e Sergipe. Em duas notas fiscais analisadas pelos auditores descobriu-se que uma caixa de cervejas de 600 ml saiu para Aracaju ao custo de R$ 31, mas para Bom Jesus da Lapa (BA), por apenas R$ 13,91.
A própria Ambev, que se sentiu surpreendida com a ação da Sefaz, assegura que até a conclusão da análise sobre os possíveis impactos operacionais e fiscais sejam feitos, “não realizará a distribuição dos seus produtos dentro do Estado de Sergipe”. A empresa lamenta que isso possa interferir no atendimento aos clientes e consumidores, mas que quer resolver logo o problema para não haver desabastecimento nos pontos de venda.
“A Ambev reforça seu comprometimento com o desenvolvimento social e econômico do Sergipe, onde está presente há 18 anos, emprega diretamente cerca de 600 pessoas e investiu, nos últimos cinco anos, mais de R$ 59 milhões. Em 2015, os aportes da companhia no Estado devem chegar a R$ 4 milhões”, divulgou.
Outras – A superintendente de Gestão Tributária da Sefaz, Silvana Maria Lisboa Lima, afirmou que há uma lista de empresas que serão objeto de uma apuração criteriosa das atividades no Estado, incidindo inclusive em providências quanto à reavaliação da concessão de benefícios fiscais.
Desde a semana passada a Sefaz vem desencadeando ações que atingem as mais diversas atividades desenvolvidas no Estado. A superintendente acrescentou que as equipes de fiscalização a serem posicionadas nas entradas e saídas das empresas foco das ações têm uma importância grande no desenvolvimento das demais etapas da operação, que passa por análise e auditoria em documentos e avaliação de concessões. A base para todas as operações é o trabalho de inteligência.