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Sergipe realizou primeiro implante transcateter de válvula aórtica em paciente do SUS

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Uma nova página na história foi escrita para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Sergipe que não podem se submeter à cirurgia cardíaca convencional devido ao alto risco cirúrgico, com a realização do primeiro implante percutâneo transcateter de válvula aórtica (Tavi), do inglês transcatheter aortic valve implantation. Esse feito pioneiro aconteceu graças à parceria do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), com o Hospital de Cirurgia (HC), instituição de referência em cirurgias cardíacas no Nordeste.

O aposentado Antônio Izídio, 81 anos, morador de Poço Redondo, foi o primeiro paciente do SUS em Sergipe a receber o Tavi. Ele apresentava sintomas graves de estenose aórtica, como dor no peito e falta de ar, que limitavam suas atividades diárias. Ele foi avaliado pela equipe médica da SES e, devido ao elevado risco cirúrgico, foi indicado para o procedimento que ocorreu no dia 3 de junho. Ele expressou gratidão pela oportunidade pioneira. “É um tratamento muito bom. Eu me sinto feliz porque, através de mim, abre-se o caminho para mais gente que não tem condições. Agradeço ao SUS, ao Governo do Estado e a toda equipe médica”, disse o aposentado.

A cirurgia foi realizada liderada pelo médico cardiologista Eduardo Ferreira | Foto: Arthuro Paganini

A cirurgia foi realizada no Angiocor, que corresponde ao serviço de Hemodinâmica do Hospital de Cirurgia, sendo executada pelo cardiologista Eduardo Ferreira; além dos cardiologistas intervencionistas Wesley Silva e André Paixão, a cardiologista ecocardiografista Tatiana Bastos e o anestesista Lauro Barreto. O procedimento contou também com o trabalho da equipe de enfermagem e de cardiologia do Hospital de Cirurgia, tanto no preparo pré-procedimento quanto nos cuidados pós-operatórios.

A realização do procedimento em um paciente do SUS em Sergipe é um marco significativo para a saúde pública dos usuários do SUS. É o que ressalta o médico Eduardo Ferreira.”Esse procedimento é muito gratificante, pois se trata de um salvador de vidas em pacientes que são muito idosos e que tem um risco cirúrgico elevado ou proibitivo para uma cirurgia cardíaca aberta. Isso se traduz no conceito de equidade em saúde, quando nós conseguimos oferecer um procedimento de alta tecnologia, de forma segura e eficiente e de forma indistinta a um paciente que precisa desse tratamento”, pontuou.

Para o cardiologista, é um grande orgulho e a confirmação do compromisso com a inovação e a excelência no atendimento. “Para a população de Sergipe, o procedimento representa uma esperança renovada, especialmente para os pacientes que dependem do SUS. Estamos abrindo portas para tratamentos de alta complexidade que antes não estavam disponíveis, garantindo que todos tenham acesso ao melhor da medicina moderna”, ressaltou.

Procedimento inovador

O implante percutâneo transcateter de válvula aórtica é uma técnica inovadora e minimamente invasiva, que oferece inúmeros benefícios em comparação aos métodos tradicionais de cirurgia cardíaca. Entre as vantagens, destacam-se a menor necessidade de anestesia geral, tempo de recuperação reduzido, menor risco de complicações e a possibilidade de tratar pacientes que não são elegíveis para a cirurgia convencional devido a comorbidades ou fragilidade.

O Tavi permite que a substituição da válvula aórtica por uma prótese seja realizada sem cortes profundos, através de um cateter introduzido na região da virilha, que segue até o coração. Não há necessidade de entubar o paciente e nem aplicar anestesia geral. Após a realização do primeiro Tavi pelo SUS em Sergipe, o segundo procedimento já foi realizado e mais quatro estão agendados.

“Em geral, o paciente não precisa ser submetido à intubação, não é necessária anestesia geral. O procedimento é realizado através de um ecocardiograma transtorácico. Então buscamos oferecer esse procedimento de alta complexidade em pacientes graves da forma mais simples, mas minimamente invasiva, reduzindo os riscos cirúrgicos e do pós-operatório”, explicou o cardiologista.

Parceria

O Hospital de Cirurgia, fundado em 1926 pelo médico Augusto Leite, é um centro de atendimento de saúde pioneiro em várias áreas da medicina, foi o primeiro Hospital Escola da Faculdade de Medicina de Sergipe e tem sido referência em serviços de alta complexidade. Mantido pela Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia, é o maior prestador de serviços ao SUS no estado. O HC ficou em primeiro lugar entre os estados do Nordeste em cirurgias e procedimentos cardiovasculares realizados pelo SUS.

A interventora do HC, Márcia Guimarães, enfatizou a importância da parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde. “O Tavi beneficia principalmente pacientes idosos, que não poderiam ser submetidos à cirurgia convencional devido ao alto risco cirúrgico. Esses pacientes eram tratados de forma conservadora, o que aumentava o risco de óbito, ou tinham que buscar tratamento em outros centros, muitas vezes através da judicialização. Agora, com essa habilitação pelo Ministério da Saúde e a contratualização com a Secretaria de Estado da Saúde, podemos oferecer uma solução mais eficaz e local para esses pacientes”, ressaltou.

Márcia Guimarães ressaltou que, nos últimos dois anos, houve um aumento de mais de 30% nos atendimentos, graças à Secretaria de Estado da Saúde, que colocou o hospital como referência.“É grandiosa a preocupação do Governo do Estado em melhorar a vida das pessoas, como está sendo feito com o Tavi. Eram cirurgias muito caras que, na judicialização, custavam em torno R$ 500 mil reais e que foi possível reduzir os custos para a Secretaria de Estado da Saúde, beneficiando a população. Então o que a gente vê é um governo realmente comprometido e indo ao encontro das necessidades das pessoas”, destacou.

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