Por volta das 16 horas de hoje, 12, os 1.300 funcionários do Hospital de Cirurgia voltaram ao trabalho, depois de uma greve iniciada na segunda-feira, em protesto pelo não pagamento do salário de dezembro e o décimo-terceiro. O retorno só aconteceu porque a direção da unidade depositou na conta bancária dos servidores o salário de dezembro. Até o dia 20 deste mês, deve ser feito o pagamento do décimo-terceiro, mas, caso isso não aconteça haverá uma nova paralisação por tempo indeterminado.
O presidente da Associação dos Funcionários e Amigos do Cirurgia, José Cícero de Souza, disse que em função da greve, 22 cirurgias deixaram de ser feitas na segunda-feira, e outras 24 até às 16 horas de hoje. “Quero agradecer a Deus pela nossa luta, a união dos servidores e a imprensa”, disse José Cícero agora à tarde, emocionado com o desfecho positivo do movimento. Ele também considerou fundamental a participação do Sindicato dos Trabalhadores na Saúde de Sergipe (Sintasa) na mobilização.
Hoje pela manhã, em frente ao Hospital de Cirurgia, na avenida Desembargador Maynard, os servidores fizeram um ato para mostrar à população a situação em que se encontravam. Ao mesmo tempo, no Ministério Público Estadual (MPE), ocorria uma reunião para discutir a situação do hospital, com a direção da unidade e secretários de saúde do Estado e do município.
O secretário de Estado da Saúde, Zezinho Sobral, destinou R$ 1,7 milhão à Prefeitura de Aracaju, mas fez questão de frisar que o Estado não possui nenhum débito com o Cirurgia. “A reponsabilidade desse débito é da prefeitura. Não tenho gaiola, por que vou querer esse curió?”, brincou.
Sem falar com imprensa desde a segunda-feira quando a greve dos servidores começou, o secretário municipal de Saúde, Luciano Paz assume um débito de apenas R$ 5,8 milhões, enquanto o diretor do Cirurgia, Gilberto Santos, alega que são R$ 14 milhões. Inclusive, ele colocou na página do hospital na internet, os débitos mensais em atraso por parte da prefeitura.
Enfermeiros – Enquanto a Prefeitura de Aracaju consegue resolver um problema na área de saúde, tem que se preparar para outro. Na próxima segunda-feira, 300 enfermeiros que atuam no município prometem entrar em greve, por tempo indeterminado, caso não recebam o salário de dezembro e o décimo terceiro que estão em atraso.
Hoje, eles pararam por duas horas – das 7 às 9 da manhã – e fizeram um ato em frente ao Palácio Aloísio Campos, sede do governo municipal. A presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (SEESE), Shirley Morales, disse que vai ajuizar ações na Justiça contra a Prefeitura de Aracaju por não ter pago, até o momento, o salário de dezembro e o décimo terceiro.
Segundo Shirley Morales, além da ação contra a Prefeitura de Aracaju, outros 10 municípios terão ações semelhantes por não terem pago o salário de dezembro e décimo terceiro. Ela não citou quais são exatamente esses municípios, mas adiantou que pediu a todos os enfermeiros do Estado que informem se receberam ou não os vencimentos. Caso não os tenha recebido, serão impetradas ações judiciais.
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