“Nós somos um Estado careca. Temos somente 10% da cobertura vegetal, há muita poluição nos rios, principalmente aqueles que se aproximam dos centros urbanos”. A afirmação é do superintendente estadual de Recursos Hídricos, Ailton Rocha, ao apresentar, hoje, 7, o Plano das Bacias Hidrográficas dos rios Japaratuba, Sergipe e Piauí. Embora todas inspirem cuidados, a situação mais grave é da Bacia do Rio Sergipe, justamente, por concentrar mais da metade da população sergipana e sofrer uma pressão antrópica muito grande. Ou seja, o impacto na natureza sobre a ação do homem.
O lançamento do plano ocorreu durante o Seminário sobre Água e o Rio Sergipe, no auditório da Codise, que atendeu a uma propositura da deputada estadual Ana Lúcia Menezes, coordenadora da Frente Parlamentar Mista de Meio Ambiente, Segurança Alimentar e Comunidades Tradicionais.
A bacia do rio Sergipe abrange 26 municípios e o estudo mostrou uma situação alarmante: destinação incorreta de lixo e, principalmente, a de esgotos gerados pelas cidades, o assoreamento de rios e riachos e o uso indiscriminado de agrotóxicos e desmatamento. “A bacia ainda apresenta padrão de erosão moderado a intenso”, diz um resumo do estudo que foi distribuído entre todos os presentes ao evento.
Para Ailton Rocha, com base nesse trabalho, será feito um trabalho de educação ambiental para que se possa impedir que as pessoas degradem as bacias por ganância, “e para esses temos que ter o braço forte do Estado para puni-lo e os que degradam por ignorância, temos que entrar com processo educativo”.
A bacia do rio Japaratuba, que abrange 18 municípios, também apresenta barramentos, uso irregular, lançamento de efluentes industriais, principalmente o vinhoto e aquicultura (comunidade pesqueira versus usineiros de Pirambu). “Quanto à disponibilidade de recursos hídricos, a tendência apontada é que a qualidade da água pode sofrer alterações coma poluição proveniente do esgoto doméstico e industrial, do vinhoto, dos agrotóxicos e do chorume”.
No rio Piauí, cuja bacia abrange 15 municípios, também os mesmos problemas: destinação incorreta do lixo, esgoto, assoreamento de rios e riachos, o uso indiscriminado de agrotóxico e desmatamento, além da pesca predatória. “A bacia também apresenta padrão de erosão moderado e intenso”, diz estudo.
“O plano foi elaborado de forma compartilhada e traz atualização do diagnóstico: qual a real situação das bacias, apresentando de prognósticos de quais ações que deverão ser implementadas em curto, médio e longo prazo. E priorizando alguns investimentos. É uma ferramenta de planejamento valiosa. E é um marco”, completou Ailton Rocha.
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