“Nós temos escola em Sergipe que não funciona. Ela tem problemas estruturais, pedagógicos, de relacionamento e violência. A comunidade escolar que tem interesse na escola pública precisa ser ouvida”. A afirmação é da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintese), Ângela Melo, ao se referir ao Programa Educa Mais, lançado recentemente pela Secretaria de Estado da Educação (SEED). Ela lamentou que não houve discussão com professores, alunos e pais, os principais interessados na escola.
Segundo Ângela Melo, a direção do Sintese esteve em audiência com o governador em exercício Belivaldo Chagas e o secretário de Educação, Jorge Carvalho, e este último se comprometeu em discutir as questões com o Sintese, “mas até hoje não fomos chamados”. Questionada sobre os motivos do não chamamento por parte do secretário, Ângela disse que somente quem pode responder é o próprio Jorge. “Nós tivemos audiências com o secretário, mas questões relativas à educação não são discutidas democraticamente”, ressaltou.
Por enquanto, o Sintese aguarda que os projetos do Programa Educa Mais cheguem a Assembleia Legislativa, “mas de antemão estamos fazendo avaliação pelo que está posto no portal, pelas entrevistas do secretário Jorge Carvalho e entendemos que todo projeto que diz respeito a educação deve ser discutido com quem tem interesse, que são professores, alunos e pais”, destacou”.
Contas – Além do Educa Mais e do não convite ao Sintese, a direção do sindicato abordou as contas, que foram alvo de polêmica por parte de filiados que fazem oposição a atual direção. Embora as contas estejam disponíveis aos associados, Ângela não as publicizou, mas disse que poderá fazer isso, caso assim a categoria deseje.
Para ela, o Sintese não é um órgão público, mas alerta que o sindicato, não só deve satisfações aos filiados, mas que ela, como dirigente, tem a obrigação de informar sobre as contas. Na coletiva ontem, havia vários relatórios que, segundo a presidente podem ser consultados por qualquer filiado – incluindo, claro – aqueles que lhe fazem oposição.
Na próxima semana, em data a ser definida, o Sintese convocará uma assembleia com a categoria para informar, detalhadamente, quando arrecada, quanto gasta e, se houver concordância geral, esses números serão repassados à imprensa. Durante a coletiva, um jornalista se referiu as contas do Sintese como “caixa preta” o que deixou Ângela irritada com a insinuação. “Primeiro, o Sintese não tem caixa preta. O Sintese tem uma contabilidade interna. Para mim, é um desrespeito dizer que o Sintese tem caixa preta. Temos uma contabilidade que trabalha com zelo, com ética pela nossa categoria e nós vamos apresentar a ela”, afirmou.
Segundo ela, na medida em que coloca dos dados numéricos do sindicato para a categoria, a sociedade vai ter a informação. “Estamos solicitando que após assembleia nós estaremos com os dados, e, se for deliberado, haverá uma coletiva para passar tais números para imprensa”, disse. A direção do Sintese deixou claro que as contas são superavitárias e com o advento do imposto sindical o patrimônio da entidade mais que triplicou. Com isso, foram adquiridas novas sedes, terrenos e outros bens. No entanto, o Sintese estranhou algumas posturas: dos opositores a atual direção fazerem “peregrinação nas rádios sob o argumento de ter acesso a documentos”. Isso, segundo o sindicato, fragiliza a entidade. A outra é do vereador Agamenon Sobral, “inimigo declarado dos professores”. Esse eterno combate vai gerar uma nova ação na Justiça contra o vereador.
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