terça-feira, 18/02/2025
Claudefranklin Monteiro e Thiago Fragata
Claudefranklin com o exemplar “Personas Gratas – Visitantes Ilustres em São Cristóvão-SE”, devidamente autografado pelo autor Thiago Fragata

Thiago Fragata e as Impressões Memorialísticas sobre a Cidade Mãe de Sergipe

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Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos (*)

  Como primeira capital de Sergipe, por anos e não muito diferente no tempo presente, a cidade de São Cristóvão atraiu a atenção de muitas pessoas. Mesmo depois de ter sido destituída desta condição, segue sendo a capital cultural dos sergipanos, para a alegria ou conformidade do lendário João Bebe Água e, sobretudo do escritor, poeta, agente cultural, artista plástico e professor José Thiago da Silva Filho.

Eu o conheci há quinze anos, por ocasião da campanha para o reconhecimento da Praça São Francisco como Patrimônio da Humanidade, pela UNESCO, feito alcançado no histórico dia 3 de agosto de 2010. Eu, recém-chegado no Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe, na condição de professor da disciplina História e Patrimônio Cultural (ofertada aos alunos do primeiro período), fui instado a envolver meus alunos naquela empreitada.

Entre março de 2009 e junho de 2010, desenvolvemos uma série de ações que foram ao encontro da campanha, liderada, em São Cristóvão, por Thiago Fragata, à frente de um comitê criado para este fim. Ele era a ponte entre a cidade, as autoridades e as instituições. E também fazia as vezes de arauto de até um quase um prefeito. Lembro, nesse sentido, que certa feita estávamos em campo com meus alunos e ele, quando um cidadão foi ao seu encontro denunciar uma pessoa que havia descartado lixo na calçada da Igreja São Francisco, em frente ao Museu de Arte Sacra. Aquilo foi muito marcante, pois Thiago conseguia mobilizar até mesmo os mais pessimistas e aqueles que há muito não tinham mais estima e sentimento de pertença pelo lugar.

A roda da vida seguiu seu ritmo e eis que ela nos coloca, novamente, juntos, não necessariamente nas lides da memória e do patrimônio cultural, mas no mesmo lugar. Em lugar que jamais pudesse imaginar que Thiago pudesse um dia morar e sequer se ambientar com tanta naturalidade que já se sente acolhido como um autêntico papa-jaca. Refiro-me à minha cidade mãe (risos), o município de Lagarto, onde hoje ele também é professor da rede estadual de ensino, no Colégio Estadual Sílvio Romero, e onde mantém sua oficina/atelier de escultura sustentável.

Para além da liderança da bem-sucedida campanha em prol da cidade de São Cristóvão à condição de Patrimônio Cultural da Humanidade, Thiago Fragata também já matinha um blog com alguns de seus textos sobre História de Sergipe, o “Cicerone de São Cristóvão” (criado em 2007). Hoje, à frente de um outro, intitulado “Poesia com Tempero e Arte Sustentável. Formado em História pela UFS, também especialista em História Cultural pela mesma instituição, Fragata é um incansável agitador cultural, com uma trajetória reconhecida e premiada, ocupando cargos públicos importantes no campo do turismo e da museologia. É membro da Academia Sancristovense de Letras e Artes e sócio do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.

Livro Personas Gratas Visitantes Ilustre em São Cristóvão SEEm livro recém-lançado, “Personas Gratas – Visitantes Ilustres em São Cristóvão-SE”, Thiago Fragata nos brinda com sua escrita bem-fundamentada, robusta e ao mesmo tempo acessível, para, à luz das “impressões memorialísticas”, discorrer sobre doze personalidades marcantes e significativas que estiveram de passagem pela cidade e que deixaram registros importantes e esclarecedores sobre sua História e Cultura, a saber: Gregório de Matos, Dom Pedro II, Savaget, Volta Seca, Santa Irmã Dulce dos Pobres, Getúlio Vargas, Jorge Amado, Gilberto Freyre, Rodrigo Melo Franco de Andrade, Luiz Câmara Cascudo, Junot Silveira, Ariano Suassuna.

A obra, prefaciada pelo professor Amando Cardoso e com depoimentos de Maria Rita dos Santos, chegou a público pela editora Códice, com recursos da Lei Paulo Gustavo, via Edital 007/2023 Ilma Fontes – Fundação Cultural Aperipê (FUNCAP). Está composto por 112 páginas, contendo imagens da cidade de São Cristóvão (pertencente ao acervo pessoal do autor), de Adilson Andrade, do acervo de Eronildes de Carvalho, das Obras Sociais Irmã Dulce, Vesta Viana, do IPHAN, do Instituto Câmara Cascudo, de Danielle Santos Pereira, com capa de Tiago Ramos, afora outras fontes impressas e institucionais, que ilustram cada uma das personas gratas discorridas ao longo do texto.

Em tempo, já tive a oportunidade de adquirir meu exemplar de “Personas Gratas – Visitantes Ilustres em São Cristóvão-SE”, devidamente autografado e com registro fotográfico ao lado do autor, no último dia 30 de janeiro do corrente ano, nas dependências do Colégio Estadual Sílvio Romero, em Lagarto. Recomendo, com entusiasmo a leitura, e folgo muito em rever o escritor e parceiro de velhas lides culturais militando, também, no campo das artes, das letras e da vida.

 

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Sobre Claudefranklin Monteiro

Claudefranklin Monteiro Santos
Professor doutor do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe.

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