Tratamento do tabagismo na rede municipal de saúde
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O tabagismo é uma doença crônica caracterizada pela dependência física e psicológica do consumo excessivo do uso do tabaco em suas diversas formas, como cigarro, charuto, cachimbo, rapé, narguilé ou fumo mascado. Na capital sergipana, a Prefeitura de Aracaju mantém o Programa de Combate ao Tabagismo, disponibilizado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar Siqueira Campos).
De acordo com a médica pneumologista do Programa de Tabagismo, Ana Paula Argolo, é importante que as pessoas entendam que o uso da nicotina é prejudicial à saúde. “É necessário que as pessoas busquem sair da dependência química. Aqueles que se dispõem à mudança ficam mais saudáveis, a pessoa passa a se sentir melhor, os alimentos ficam mais saborosos, a respiração e a hipertensão arterial também melhoram”, explica.
Narguilé e cigarro eletrônico
Ainda segundo a pneumologista, não existem produtos derivados do tabaco que não causem danos à saúde. O narguilé, por exemplo, também conhecido como cachimbo d’agua, é extremamente nocivo. Uma seção de narguilé corresponde à exposição aos componentes tóxicos presentes na fumaça de, aproximadamente, 100 cigarros. Já o cigarro eletrônico, é conhecido no Brasil pelo termo Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). São chamados também de “vapes”, e-cigarros, e-cigs, e-cigarettes ou “pen drive”.
“Os DEFs são uma ameaça à saúde pública, porque representam uma combinação de riscos, os já conhecidos efeitos danosos à saúde. Em especial, esses dispositivos atraem pessoas que nunca fumaram, persuadidas pelos aromas agradáveis, sabores variados, inovação tecnológica e estigmas de liberdade. O cigarro eletrônico aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio e de doenças respiratórias e pulmonares, como a asma, além de possuir, em sua composição, substâncias que podem ser cancerígenas”, enfatiza.
Acesso ao Programa de Tabagismo
O Programa de Tabagismo é um serviço porta aberta ofertado no Cemar do Siqueira Campos, na rua Bahia, s/n, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. Os interessados precisam residir na capital e apresentar o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a coordenadora do programa, Nazaré Aragão, todo o processo é realizado, sobretudo, como uma forma de acolhimento.
“Parar de fumar, assim como se livrar de qualquer outro vício, é um desafio, e o programa não existe para julgar as pessoas, mas para acolher suas dores e tratar, dentro daquilo que essas pessoas se permitem fazer, afinal, tem que haver a vontade delas para que funcione. Ao procurarem o serviço, os cidadãos passam por uma consulta com a médica pneumologista, que também realiza o atendimento em grupos. Os participantes recebem medicação gratuitamente e o tratamento utiliza a abordagem cognitivo-comportamental para entender os motivos do vício e dura, em média, de oito a dez semanas. Além disso, o programa atende, também, casos de recaída, garantindo o acompanhamento do paciente em todas as fases”, orienta.