O professor Valter Joviniano de Santana Filho, 39 anos, é o novo reitor da Universidade Federal de Sergipe. O decreto de nomeação, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi publicado hoje, 18, no Diário Oficial da União. Ele seguirá no cargo por quatro anos. Mas a novela que envolve as eleições na UFS parece estar longe de terminar.
Ontem, o site JLPolítica publicou uma matéria afirmando que, “numa aliança pra lá de heterodoxa, o ex-reitor Ângelo Antoniolli teria se juntado aos ex-deputados federais e ex-pastores da Igreja Universal do Reino de Deus – IURD – Jony Marcos e Heleno Silva e conseguiu a nomeação do primeiro da lista tríplice de uma eleição que foi feita no ano passado e está sendo contestada e subjudice”.
Ainda de acordo com o JL Política, “o ungido nesta aliança entre o grupo de Ângelo e os bolsonaristas sergipanos ligados à Igreja Universal do Reino de Deus é o professor Valter Joviniano de Santana Filho”.
Governos autoritários
O professor Christian Lindberg, colunista do Portal Só Sergipe, publicou em sua pagina no Facebook o seguinte comentário a respeito da notícia sobre a nomeação de Valter Joviniano.
“O mesmo Jozailto que publicou que o professor Valter seria nomeado reitor da UFS com o apoio dos pastores Heleno e Jony, ambos da Igreja Universal, retifica o comentário de ontem e retira o nome do pastor Heleno do texto, a pedido do próprio ex-deputado. Confesso que estava achando estranho essa afirmação de Jozailto. O ministro é presbiteriano, a interventora é da mesma igreja que o ministro, comenta-se que um influente deputado federal por Sergipe, também presbiteriano e do mesmo partido de Arthur Lira (PP), estava garantindo a intervenção do ponto de vista político e, de repente, o MEC nomeia um reitor a pedido de dois ex-deputados federais, sem voto no Congresso Nacional e, ainda por cima, líderes religiosos de outra igreja evangélica.
Enfim, o fato é que a intervenção acabou, a vacina ainda não chegou. o auxílio emergencial não resolverá o problema da maioria do povo brasileiro e, enquanto existir esta lista tríplice, governos autoritários se sentirão no direito de intervir na autonomia das universidades e institutos federais.
Composição nebulosa
Hoje, a professora Denise Leal Fontes Albano Leopoldo, candidata a reitora da UFS, distribui uma nota lamentando “que a partir de uma nebulosa composição política, aquele que representa o grupo que há quase 30 anos controla a UFS “ganhe” essa nomeação por obra dos citados líderes da Universal, segmento neopentecostal”.
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Leia a nota na íntegra
Matéria publicada ontem no Portal JL Política informa que os pastores Jony e Heleno, ambos do Partido Republicanos, intercederam junto ao presidente Bolsonaro para que o ex vice-reitor da UFS, Valter Joviniano, fosse nomeado o novo reitor da UFS.
A verdade é que se trata de uma nomeação precipitada, posto que a eleição está sub judice. Com ela, também fica sepultada a narrativa dos que acusam leviana e falsamente a nossa Chapa, “Renasce UFS”, de ser mera extensão do atual governo e das forças políticas que o apoiam.
Vem a ser premiado um não-candidato que esnobou o processo democrático de escolha de novos dirigentes da UFS. Ele se recusou a participar de qualquer debate na disputa pela reitoria, jamais apresentou seu plano de gestão, abusou do uso da máquina administrativa para se promover e foi favorecido por manobras de questionável legalidade ao longo do processo de formação da lista tríplice encaminhada a Brasília.
Seguimos aguardando serenamente a decisão judicial sobre a ação popular de nossa autoria. Nela, questionamos o processo arbitrário e sem transparência que marcou essa eleição.
Esperamos que a boa tradição democrática da UFS e o respeito à legalidade e moralidade pública sejam resgatados, nos termos do que reza a Constituição Federal e a legislação federal vigente.
Professora Denise Leal Fontes Albano Leopoldo
Professor José Aderval Aragão
Chapa Renasce UFS