Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos (*)
O título deste texto bem que poderia ser “Menina Veneno, Ritchie e outros sucessos”. Mas, preferi uma expressão que traduzisse um dos maiores fenômenos musicais dos anos 80, no Brasil. Uma espécie de febre daquele tempo, superando em crítica e em vendas grandes nomes, a exemplo de Michael Jackson, sem falar em Tim Maia e até mesmo Roberto Carlos: cerca de 1,7 milhão de cópias, sendo 1,2 milhão do LP e 500 mil do compacto “Voo de Coração”.
Richard David Court está com 72 anos. Nasceu em Beckenham (Inglaterra), no dia 6 de março de 1952. Por conta da profissão do pai, militar, precisou migrar para vários lugares, com passagens por Quênia, Dinamarca, Itália, Alemanha, Iêmen e Escócia. Foi na Alemanha que teve seu primeiro contato com a música, cantando em um coral de igreja. Embora a família o tivesse oportunizado bons estudos, aos vinte anos resolveu abandonar tudo para investir num carreira artística, primeiro como instrumentista.
Nesse ínterim, conheceu músicos e artistas brasileiros, a exemplo de Rita Lee, isto em Londres quando os Mutantes faziam uma excursão. Em 1972, a convite daqueles amigos, foi para São Paulo. A ideia era apenas passar férias, mas acabou ficando em definitivo. Montou uma banda, Scaladácida, e chegou a fazer alguns shows. O grupo durou apenas um ano e em 1973, na capital paulista, casou-se com a arquiteta Leda Zuccarelli, com quem teve as filhas Lynn e Mary.
Em 1973, mudou-se para o Rio de Janeiro. Até 1977, viveu às voltas de alavancar a carreira artística, mas sem êxito. Chegou a dar aulas de inglês para completar a renda. Entre seus alunos, a cantora Gal Costa (1945-2022). Aliás, Gal foi uma das primeiras e grandes incentivadoras de seu trabalho. Até 1980, resolveu abandonar a música, quando recebeu um convite do grupo Traffic, para retornar a Londres e participar da gravação de um LP. Retornou ao Brasil em 1982 e a partir de então, sua vida deu uma guinada de 360 graus.
Formou uma parceria com o letrista Bernardo Vilhena (75 anos), com o apoio do produtor Liminha, que havia conhecido em Londres nos anos 70, e contratado pela gravadora CBS, Ritchie estouro nas paradas de sucesso, como já disse antes. A canção “Menina Veneno” além de ter sido um abre-portas para ele, também foi o carro chefe de uma série de hits que até hoje são ouvidos.
Afora tudo isso, as letras de seus principais sucessos caíram no gosto popular daquele tempo. Sou testemunha disso! São baladas românticas que traduzem o sentimento de um homem por uma mulher, imerso em simplicidade no melhor sentido da palavra, ideias compreensíveis e que despertam bem-estar, sensação de sorver a vida do que ela tem de melhor. Algumas vezes enigmáticas e discutíveis, como ‘o abajur era cor de carne ou de carmim’. Particularmente, chama a minha atenção versos como: “fico falando para as paredes até anoitecer”; “o telefone toca insistente”; “meias de seda brilham ao luar”; “finge que tanto faz”; “movimento lento de chegar”; e “como a chuva que vem te molhar, tirar as tuas dúvidas do ar”.
Ao longo de sua carreira, foram 11 álbuns, destes, destaque para os dois primeiros: “Voo de coração” (1983) e a “A vida continua” (1984). São canções que não saíram mais da memória musical do Brasil, a exemplo de “A Vida Tem Dessas Coisas”, “Casanova”, “Pelo Interfone”, “Voo de coração”, “Só Pra o Vento”, “Transas”, “Coisas do Coração”, “Parabéns pra você”, “Agora ou jamais”. Algumas delas foram temas de novelas.
Há quem diga que ele foi um sucesso de momento, como muitos que já tivemos e conhecemos, a exemplo da banda RPM. Ritchie não conseguiu manter a grande vendagem a partir de seu terceiro projeto em diante. Entretanto, fico com a opinião do jornalista carioca, Mauro Ferreira, que por ocasião dos 70 anos do artista anglo-brasileiro, em 2022, assim se expressou: “(..) nada tira o lugar de Richard David Court na música pop brasileira dos anos 1980”.
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