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Uma questão shakespeariana

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Toda militância petista acredita que a luz de esperança do fim do túnel, para que o líder principal do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, não vá preso, reside em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado federal João Daniel (PT-SE) deixou isso bem claro numa entrevista que concedeu domingo a esse portal. Mas ainda que contra toda esperança lulista, o xadrez seja o caminho, ninguém quer abrigá-lo.  Mas serão obrigados, judicialmente, a fazê-lo.

A notícia inusitada foi publicada no domingo, na coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo. Ele diz que “a proximidade da prisão de Lula gerou um mal-estar entre a PF e o Complexo Médico Penal de Curitiba. Por causa da peculiaridade da situação, nenhum dos dois quer abrigá-lo”.

Já condenado em segunda instância por crime de corrupção a 12 anos e um mês de prisão, Lula, se for realmente para o xadrez, será o primeiro ex-presidente a enfrentar essa pena. Os advogados lutam nos tribunais, os correligionários fazem mão de figa e manifestações em prol do líder, bradam que há um complô no judiciário contra o líder e que tal prisão, se ocorrer, será política.

Uma das manobras de defesa encontrada por Lula é lançar-se candidato à Presidência da República. E as pesquisas lhe têm sido favoráveis. Mas se for preso e o candidato sair do tal plano B, o cárcere do petista poderá abrir um precedente para que outras lideranças políticas, como julgamento transitado em julgado, sigam para o mesmo destino.

E o que não faltam, entre os políticos – do mais importante de todos, só para começar, ao mais esquecido, mas altamente vilão – são candidatos a uma cela, seja lá em que inferno de cadeia for.

Ah, no caso de Lula, a coluna do Lauro Jardim diz que a Justiça Federal “já comunicou informalmente que prefere a permanência de Lula na PF. Mas os policiais ainda não sabem como fazer: não querem colocá-lo na ala VIP, onde está, por exemplo, Antônio Palocci”.

Se a PF não sabe o que fazer, melhor recorrer a Shakespeare. Com Palocci ou sem Palocci? Eis a questão…

 

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Antônio Carlos Garcia

CEO do Só Sergipe

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