Por Hernan Centurion (*)
Minha querida mãe!
Nasce em 17 de junho de 1951, em Aracaju, uma pequena “bonequinha” loura dos olhos verdes, irmã mais velha dos 6 filhos do ilustre “sergiguayo” engenheiro Hernan Centurion (de quem eu herdaria o nome com muito orgulho) e da “mulher de fibra” Reginalda Sá.
Desde pequena adorava brincadeira ao ar livre, representando, certamente, qualquer criança ativa da mesma faixa etária. Tinha o costume de viajar com seus pais e irmãos, chegando até a visitar, por mais de uma vez, a bordo de um automóvel Ford Corcel, seus primos paraguaios em Assunção.
Na adolescência, sua performance de “top model” dominava as matinês do Cotinguiba e Iate Clube, muito bem frequentados pela sociedade aracajuana em meados da década de 60. Eram festas dançantes ao som dos Beatles, The Fevers, Jerry Adriani, Roberto e Erasmo Carlos… a Jovem Guarda fervilhava… Suas fiéis parceiras, Liginha e Ledinha, grandes amigas estavam sempre presentes e formavam um trio de “fechar o salão”.
Nessa mesma época, por volta dos 16 anos de idade, apaixona-se por um rapaz magro, ou melhor, a magreza em pessoa, de costeletas cheias e penteado a “Elvis Presley”, de apelido pueril, com quem se casa aos 21 anos e convive até os dias de hoje. Estou me referindo a Gugu Sobral, sem sombra de dúvidas sua cara-metade, com quem divide o mesmo lar há quase meio século. Deste enlace matrimonial surgem a primogênita Sylvinha e o caçula Hernanzinho, tornando-se então, imediatamente, uma mãe cuidadosa, amorosa, atenciosa, ou seja, “corujão” por excelência. Lembro-me muito nitidamente das “bancas” vespertinas após as aulas do Colégio do Salvador, dos livros devidamente forrados, das atividades pedagógicas extracurriculares, do incentivo aos estudos, das noites mal dormidas no sofá da sala esperando-me chegar da “night”, das economias gastas para me proporcionar conforto e momentos de lazer… gratidão, o mínimo que poderia demonstrar agora.
Forma-se em Pedagogia na Universidade Federal de Sergipe e assim exerce com muita propriedade seu mister como professora de crianças e adolescentes, tanto no Jardim de Infância Augusto Maynard, como na Escola Municipal Santa Rita de Cássia, nos Capuchinhos.
Por volta dos 50 anos é acometida severamente pela distrofia muscular, doença genética, que dificultaria muito sua locomoção, entretanto jamais mitigaria sua vontade de viver, sempre ao lado da sua família que, enfim, cresceria com a chegada dos genros René e Aline e dos netos Gustavo, Henrique e Osorinho.
Novos “hobbies” surgiram com os anos: a tecnologia foi sendo incorporada no dia a dia e, consequentemente, a distância física não mais seria um problema, visto que sua presença nas redes sociais seria uma constante. Instagram, Facebook, WhatsApp darão “asas” para que sua imaginação flua, assim como no clipe da música Aquarela, de Toquinho, a madura Sônia volta a ser uma adolescente. Agora a interação diária com amigos e familiares é instantânea. Quem mais curte as minhas postagens no Insta é ela! Por que será? Acho que o “corujismo” responde…
Filha querida, irmã companheira, mulher amada, mãe coruja e avó gentil, são alguns de seus predicados.
Que nesse dia das mães, justamente no ano em que completa 70 primaveras, Deus torne a abençoá-la com muita saúde, para que possamos, eu, seus amigos e familiares, gozar da sua companhia por muitos e muitos anos!
Obrigado por existir!
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Hoje neste dia que você se despede deste plano lhe digo em voz alta: voe! Bem alto! Livre! Temos orgulho de você! 🦋
Um texto sem sobra de dúvida que representa o amor, carinho e admiração que um filho pode nutrir por sua mãe, um exemplo a ser seguido e que nos enche de fé e esperança para um futuro mais humano em que possamos valorizar o amor pela família e por aqueles que deram suas vidas por quem verdadeiramente os ama! Parabéns ao nobre irmão Centurion.