Depois do sucesso do Sergipe Day, em São Paulo, no ano passado, o Estado se prepara para mais uma edição, desta vez no Rio de Janeiro, no dia 12 de março, no Centro Cultural Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia, Valmor Barbosa, “o objetivo do evento é dar maior visibilidade às oportunidades existentes em Sergipe a partir das atividades do setor de petróleo e gás, buscando atrair investimentos que promovam o desenvolvimento para nosso estado”.
Valmor afirma que a indústria de petróleo e gás desempenha um papel crucial, não só fornecendo energia, mas impulsionando o crescimento econômico, gerando desenvolvimento, empregos e receitas fiscais. “Para Sergipe, a importância do setor é significativa devido à presença de grandes reservas de petróleo e gás natural em terra e, principalmente, no mar, o que pode impactar diretamente diversas áreas da economia”, assegura. “Vamos atrair investimentos para o estado e o protagonismo que Sergipe merece” completou.
Durante o Sergipe Day, no Rio de Janeiro, será apresentado o estudo chamado “Análise do Impacto Econômico dos Investimentos em Óleo e Gás (O&G) no estado de Sergipe, que mede os efeitos do setor de óleo e gás, e um diagnóstico regulatório desse mercado embasado em cerca de 40 entrevistas com agentes do mercado, órgãos do governo e associações. De acordo com Valmor Barbosa, esta análise tem como objetivo “entender quais são as principais oportunidades e barreiras para a atração de investimentos no estado de Sergipe.” Entre os temas abordados estão: regulação, tributação, infraestrutura, competitividade e tarifas.
O Governo de Sergipe segue atento observando o trabalho da Carmo Energy, que adquiriu o Polo Carmópolis após o programa de desinvestimento da Petrobras, que, em janeiro, registrou o embarque de mais de 590 mi barris de petróleo em navio. “Este foi o maior carregamento de toda a história do Tecarmo, que recepciona, estoca e direciona toda a produção do Polo de Carmópolis”, comentou o secretário.
“As expectativas passadas pela empresa ao governo são positivas, e apontam um crescimento na produção de petróleo, já que o polo tem potencial de produzir de 25 a 30 mil barris de óleo/dia. Atualmente, a Carmo Energy gerencia 3.674 poços, 26 estações coletoras e 350 quilômetros de gasodutos e oleodutos”, destacou.
Esta semana, o secretário Valmor Barbosa conversou com o Só Sergipe. Confira.
SÓ SERGIPE – O tema do petróleo e gás em Sergipe está em alta. Qual é a importância desse setor na economia do estado?
VALMOR BARBOSA – A indústria de petróleo e gás desempenha um papel crucial, fornecendo não apenas energia, mas também impulsionando o crescimento econômico, gerando desenvolvimento, empregos e receitas fiscais. Para Sergipe, a importância do setor é significativa devido à presença de grandes reservas de petróleo e gás natural em terra e, principalmente, no mar, o que pode impactar diretamente diversas áreas da economia, desde o setor de serviços até a indústria de manufatura e a infraestrutura de transporte, além de investimentos estrangeiros nas mais diversas áreas.
A relação entre Sergipe e a área do petróleo e gás iniciou na década de 60, quando o campo de Carmópolis foi descoberto e chegou a ser um dos maiores campos petrolíferos da América Latina. Foi um tempo de desenvolvimento e acreditamos que nos próximos anos, com a descoberta dos novos poços em águas ultraprofundas e a concretização dos projetos da Petrobras e da Exxonmobil, teremos um movimento semelhante ou ainda mais significativo na economia sergipana.
SÓ SERGIPE – Quais são os principais campos de petróleo em atividade em Sergipe atualmente?
VALMOR BARBOSA – No momento, nossa produção tem acontecido em terra, por meio da empresa Carmo Energy, que adquiriu o Polo Carmópolis após o programa de desinvestimento da Petrobras. Em pouco mais de um ano de operação, a empresa registrou um aumento da produção em mais de 150%.
Outro dado importante: no mês de janeiro a Carmo Energy registrou o embarque de mais de 590 mil barris de petróleo sergipano em navio na costa do estado. Este foi o maior carregamento de toda a história do Tecarmo – o Terminal Aquaviário de Aracaju, que recepciona, estoca e direciona toda a produção do Polo Carmópolis.
As expectativas passadas pela empresa ao governo são positivas, e apontam um crescimento na produção de petróleo, já que o polo tem potencial de produzir de 25 a 30 mil barris de óleo/dia. Atualmente, a Carmo Energy gerencia 3.674 poços, 26 estações coletoras e 350 quilômetros de gasodutos e oleodutos.
SÓ SERGIPE – Mas, além da exploração em terra, há grandes expectativas para o início da produção da Petrobras, em águas ultra profundas. Como está o encaminhamento?
VALMOR BARBOSA – O projeto Sergipe Águas Profundas (Seap) ofertará uma enorme disponibilidade de petróleo e gás na costa sergipana. Ele terá dois módulos de produção, cada um com uma Unidade Flutuante de Armazenamento e Transferência (FPSO). A primeira unidade terá capacidade de produzir 120 mil barris de petróleo por dia e 8 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Já a segunda unidade terá capacidade de 120 mil barris de petróleo por dia e 10 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Além disso, o Seap contará com um gasoduto de escoamento com 128 km de extensão, sendo 100 km no mar e 28 km em terra.
O planejamento para o início da produção do Seap era, originalmente, para 2026, contudo, após o cancelamento da primeira licitação, a previsão é de que tenha início apenas em 2028.
No ano passado, a Petrobras anunciou um primeiro adiamento no recebimento das propostas para contratação dos dois FPSOs e esta semana, mais uma vez, foi noticiado pela estatal mais um adiamento para o mês de junho. Nós, enquanto Governo do Estado, temos acompanhado atentamente todas as movimentações e pressionado a estatal para que possam entender a importância do Sergipe Águas Profundas para Sergipe. Nosso papel é acompanhar e ficar atentos a todas as etapas e informações que são divulgadas sobre o Seap, e estamos fazendo isso. Vamos informar à população sergipana todas as atualizações referentes ao projeto, visto que é uma ação de extrema importância para Sergipe.
SÓ SERGIPE – O Governo do Estado realizará a 2ª edição do Sergipe Day, no dia 12 de março, no Centro Cultural FGV, no Rio de Janeiro. O que será apresentado nesta edição?
VALMOR BARBOSA – O objetivo do evento é dar maior visibilidade às oportunidades existentes em Sergipe a partir das atividades do setor de petróleo e gás, buscando atrair investimentos que promovam o desenvolvimento para nosso estado. A programação inclui apresentações do Governo de Sergipe e dos principais players com atuação no desenvolvimento da economia de Sergipe, especialmente nas atividades relacionadas ao petróleo e gás, além de apresentações da Petrobras, Eneva, TAG, Commit Gás, Carmo Energy, Diamante Energia, entre outras.
Além disso, será apresentado, durante o evento, um estudo da FGV Energia, intitulado ‘Análise do Impacto Econômico dos Investimentos em Óleo e Gás (O&G) no estado do Sergipe’, que mede os efeitos do setor O&G, e um diagnóstico regulatório desse mercado embasado em cerca de 40 entrevistas com agentes do mercado, órgãos do governo e associações.
SÓ SERGIPE – Quais são as expectativas para o Sergipe Day após um ano da sua primeira edição em relação à atração de investimentos, desenvolvimento de parcerias estratégicas e aumento da visibilidade para Sergipe?
VALMOR BARBOSA – Em São Paulo, o evento foi um sucesso, e acreditamos que no Rio de Janeiro a aceitação será ainda maior, visto que o espaço comporta mais pessoas e as inscrições estão a todo vapor. Teremos, na ocasião, diversos agentes do setor energético que terão a oportunidade de conhecer as potencialidades que o estado de Sergipe possui. Nossa expectativa é atrair novos investimentos, especialmente em decorrência da oferta futura de gás natural abundante a ser produzido em águas ultra profundas na costa sergipana. Estamos trabalhando em todo um conjunto de ações com o propósito de criar uma forte competitividade para o consumo de gás no próprio estado.
SÓ SERGIPE – Qual a importância do evento para Sergipe?
VALMOR BARBOSA – Atrair investimentos para o estado e o protagonismo que Sergipe merece. Somos responsáveis por um terço da reserva de gás natural do Brasil e, nos próximos anos, teremos uma enorme disponibilidade de gás para ser utilizado, representando um fator de atração para empreendimentos com consumo intensivo de gás. E como o governador Fábio Mitidieri já afirmou: não queremos apenas transportar esse gás. Precisamos que ele seja consumido aqui, gerando emprego e receita para Sergipe.
SÓ SERGIPE – Fale mais sobre o estudo que está sendo promovido pela FGV. Como o senhor percebe a importância dele para o desenvolvimento econômico de Sergipe?
VALMOR BARBOSA – O estudo ‘Análise do Impacto Econômico dos Investimentos em Óleo e Gás (O&G) no estado do Sergipe’ objetiva entender quais são as principais oportunidades e barreiras para a atração de investimentos no estado de Sergipe. Entre os temas abordados estão: regulação, tributação, infraestrutura, competitividade e tarifas. E, para embasar a análise sobre os temas, os pesquisadores da FGV realizaram cerca de 40 entrevistas envolvendo empresas de todos os elos da cadeia, como produção, transporte, consumidores, distribuidores, além de órgãos do governo, entidades representantes dos setores e associações.
Sergipe tem grandes potencialidades no setor energético e o Sergipe Day é uma oportunidade de levarmos o nome de Sergipe para locais que são foco dos debates sobre o setor. O estudo dará um panorama mais detalhado sobre essas oportunidades existentes e, durante o evento, buscaremos atrair investimentos que promovam mais desenvolvimento, geração de emprego e renda para nosso estado.
SÓ SERGIPE – O que Sergipe tem a oferecer aos players do mercado nacional e internacional para investirem aqui? Quais são as vantagens competitivas de Sergipe?
VALMOR BARBOSA – Nosso estado desponta como a nova fronteira do setor de petróleo e gás natural devido as relevantes descobertas da Petrobras no litoral do estado, em águas ultraprofundas, do projeto denominado Sergipe Águas Profundas, com produção estimada de 240 mil barris de petróleo/dia e 18 milhões de m3 de gás/dia.
Além desse projeto, o estado de Sergipe está vivendo um momento de investimentos no onshore pela Carmo Energy a partir do desinvestimento do Polo Carmópolis, e possuímos ainda a maior termelétrica a gás natural da América Latina, pertencente à Eneva, e que conta com um terminal de GNL, que deverá estar conectado à malha de transporte no fim do primeiro semestre deste ano, criando uma ampla gama de oportunidades para o setor.
Fora isso, o estado dispõe de uma localização estratégica, entre os principais mercados consumidores do Nordeste. Contamos também com um dos mais atraentes programas de desenvolvimento do Brasil, o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), que visa estimular o desenvolvimento socioeconômico do estado, por meio de incentivos. Por fim, temos uma infraestrutura com rede de transportes, energia, telecomunicações, recursos hídricos, distritos industriais, porto e aeroporto. Portanto, possuímos todas as condições para receber novos investidores, além da disposição do governo, que tem trabalhado diuturnamente para fazer tudo isso se tornar realidade.
SÓ SERGIPE – Além do setor de óleo e gás, quais outros segmentos industriais estão sendo destacados como áreas de investimento durante o Sergipe Day?
VALMOR BARBOSA – No Sergipe Day tratamos, prioritariamente, do setor de petróleo e gás, mas junto a ele há vários elos dessa cadeia que estão interligados. São empresas que são grandes consumidoras de gás, como petroquímicas, de fertilizantes, cerâmicas e de vidros, mas também àquelas que prestam serviço, como terceirizadas de alimentos, empresas de engenharia, e inúmeras outras.
Há ainda um novo cenário se desenhando neste contexto em Sergipe que é o do descomissionamento de plataformas e poços. Ou seja, após a interrupção definitiva de operações de petróleo, o descomissionamento engloba a remoção de instalações, a destinação adequada de materiais, resíduos e rejeitos e ainda a recuperação ambiental da área. Em Sergipe existem 26 plataformas a serem descomissionadas, com investimentos previstos de mais de R$ 7 bilhões até 2027.
SÓ SERGIPE – Continuando nessa linha de discussão sobre a indústria de petróleo e gás em Sergipe, quais outros tópicos ou áreas de interesse serão abordados durante o evento?
VALMOR BARBOSA – Teremos palestras sobre investimentos do setor O&G e infraestrutura para o desenvolvimento do estado, e falaremos também sobre perspectivas para o desenvolvimento do Mercado de Gás Natural em Sergipe, com destaque para o ambiente regulatório, do qual somos referência nacional. Nestes painéis, teremos a participação de renomadas instituições, como Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional de Petróleo, Banco do Nordeste, entre outros.
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