No final do ano passado, ocupei o nobre espaço deste jornal em um artigo no qual dizia: “o que vai acabar é o ano, não o mundo”. O título do artigo era “Caso não tenha, não gaste”.
De fato, nos segundos finais de 31 de dezembro encerrou o ano de 2021, e começou o de 2022, novinho, com os velhos problemas do anterior. Acabou o ano de 2021, a vida segue seu curso, com seus mistérios. “Cada dia com sua agonia”, como costumava dizer minha sábia e saudosa mãe.
Deus criou o tempo, os homens inventaram o calendário, fatiando o tempo em dias, semanas, meses, anos, séculos, milênios, para dar um fôlego, não para zerar problemas e dívidas.
Nossa euforia nesse período do ano, lembra muito o fim do mundo. Alguns gastaram como se não houvesse o amanhã. Como o tempo não para, o futuro virou presente, e no presente as contas feitas no passado apareceram. E como apareceram, sem dó ou piedade. Agora é correr para pagar.
Nesses dias vi um “meme” em que um sujeito, com cara de espanto, observava uma comprida conta com os dizeres: “Eu vendo o tanto que gastei depois de falar pra mim ‘Eu mereço’ ”.
Já pensou, caro leitor, amiga leitora, quanto você terá que desembolsar todas as vezes que seu cérebro disser “Eu mereço”? Talvez o caixa do BC não acompanhe.
Já que não ganhamos o prêmio da virada, que saiu para dois sortudos apostadores, um de Campinas, outro de Cabo Frio, agora é tocar a vida, pagar dívidas, fazer novas, seguir em frente, se equilibrando em orçamentos cada vez mais minguados.
Todos temos um orçamento financeiro que é estabelecido por nós. Podemos alterar a receita ou o custo. Para cada uma dessas alterações, precisamos fazer trocas e decidir sobre o que preferimos. Como cada escolha tem suas consequências, temos que escolher entre gastar com parcimônia ou de forma perdulária. O livre arbítrio é de cada um.
Desde que por aqui chegamos temos que aprender a conviver com muitos ativos, os dois mais importantes são: tempo e dinheiro. Em qualquer época da vida temos que aprender a lidar com esse binômio.
O problema não é ganhar muito, mas, sim, gastar com parcimônia o que se tem, para não faltar na necessidade.
Diz um amigo meu, com propriedade: “Você acha que o capeta não existe? Experimenta dever, que ele aparece”.
Você deve conhecer em seu entorno pessoas que ganham muito dinheiro, mas que vivem quebradas e atoladas em dívidas. Se você as questionasse se seria possível guardar um pouco, elas rapidamente justificariam a impossibilidade. Assim como deve conhecer, também, pessoas próximas que ganham um salário mínimo por mês, e por causa da disciplina rígida são capazes de poupar um pouco.
Segundo dados do IBGE, os brasileiros nunca deveram tanto como nestes tempos.
Inflação alta, desemprego nas alturas, dólar na estratosfera, economia travada, um ministro da Economia verborrágico, que fala muito e entrega pouco, é o cenário que temos neste início do ano, que segundo as previsões será pauleira.
Então, lembre-se que o dinheiro é um só, você prefere investir ou fazer algo diferente com ele? Lembrando sempre que de onde se tira e não se coloca, acaba.
Poupar é abdicar de consumo imediato para consumir depois. Poupar é aprendizado contínuo e permanente.
Como brasileiro, profissão esperança, que tem a enorme capacidade de se reinventar, e não desiste nunca, agora é “fé em Deus e pé na tábua”.
Respira fundo, pela frente tem muito mundo.
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Luiz Thadeu Nunes e Silva é engenheiro agrônomo, palestrante, cronista e viajante: o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 143 países em todos os continentes.
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