Embora considere o Dia das Mães como uma das datas mais importantes para o comércio varejista, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), Marco Aurélio Pinheiro, diz que no momento “não tem certeza de muita coisa”, daí a dificuldade de fazer prognósticos. “Temos ações municipais e do Estado, mesmo positivas, mas que precisam avançar. Nós precisamos de recursos, as empresas estão precisando urgentemente manter os empregos e o crédito tem sido muito difícil”, lamenta o empresário.
Ele diz que, recentemente, a Associação Comercial e Empresarial de São Paulo fez uma pesquisa nacional e os resultados mostram que 50% da população tem interesse em fazer compras “e isso é um dado positivo”. Ele ressalta que há ações do governo federal, mas reforça que ações do município e do Estado precisam avançar mais.
“As fábricas não produzem para deixar os produtos guardados, mas para o comércio vendê-los. Estamos numa data importante e quando o comércio vende bem é bom para todo mundo”, destaca.
Sobre a decisão de ontem do Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais – Ctcae –, que manteve o toque de recolher até o dia 13 de maio e outras medidas restritivas para Aracaju e região metropolitana, Pinheiro diz que não mudou nada. “Eles têm mantido o que está aí. Sem novidades”, reforçou.
CNC
Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima para o Dia das Mães deste ano um volume de vendas de R$ 12,2 bilhões em todo o país, o que representa aumento de 47% em relação ao resultado de 2020 (R$ 8,26 bilhões). O economista sênior da CNC, Fabio Bentes, disse hoje (29) que 2020 foi especialmente atípico para essa data, uma vez que o varejo não essencial estava fechado devido às medidas restritivas impostas pelas autoridades para o combate ao novo coronavírus.
Por isso, a CNC optou por comparar a expectativa de vendas de 2021 com a de 2019, que foi o último Dia das Mães normal do varejo. A movimentação financeira prevista para a data ficou 2% abaixo em relação à de 2019, que alcançou R$ 12,34 bilhões. O economista esclareceu que por movimentar praticamente todos os segmentos do comércio, o Dia das Mães é considerado o “Natal do primeiro semestre”. Em 2020, as vendas do varejo para a data recuaram 33,1%, maior queda da série histórica.
Vestuário
O segmento de vestuário, calçados e acessórios costuma, tradicionalmente, liderar as vendas nesse período do ano. Em 2020, movimentou R$ 1,6 bilhão, com redução de 62,7% em relação a 2019. Este ano, a previsão de faturamento do segmento se eleva para R$ 4,09 bilhões, segundo a CNC, mostrando variação positiva de 146%. “Vai mais que dobrar este ano.”
Fabio Bentes observou que em 2021 o varejo está pegando o processo de reabertura. “Os shopping centers estão voltando a operar, o que não tinha no ano passado. O segmento do vestuário é muito forte em shoppings e sofreu muito em 2020”. Ele explicou que além de ser o setor que mais vai movimentar, em números absolutos, as vendas no Dia das Mães, será também o que mais vai crescer em comparação ao ano passado, por essa realidade diferente da operação dos estabelecimentos comerciais.
Em seguida, devem vir os ramos de móveis e eletrodomésticos (R$ 2,38 bilhões) e farmácias, perfumarias e cosméticos (R$ 1,52 bilhão). Sobre o segmento de perfumaria, Bentes destacou que, além de ter um apelo natural associado à data, é um segmento de tíquete médio (valor médio das vendas de um período) também baixo. Disse que a crise sanitária acaba provocando uma crise econômica, pressão no orçamento das famílias, com desemprego ainda elevado e inflação alta. “Geralmente, quando você tem um cenário desfavorável para o orçamento familiar, esses segmentos crescem, como os de vestuário e perfumaria e cosméticos, aos quais os filhos recorrem no momento de aperto no orçamento”.
Com informações da Agência Brasil