Em 2018, o Brasil descobriu que uma greve pode parar o país sem muita dificuldade, diferente da maioria das greves. A greve deflagrada pelos caminhoneiros entrou para a história. Foram 11 dias, nos quais o desabastecimento de combustível e alimentos chegou a níveis perigosos e os danos à economia sentido nesse tempo demorou a ser superado.
Agora quase três anos depois estamos diante de uma nova ameaça de greve dos caminhoneiros, o que pode, em muito, se somarmos o nosso momento atual, ser tão danosa quanto a de 2018, mesmo que dure menos.
Mas, a pergunta que deve ser feita é: Você está preparado para passar pela greve sem ser muito afetado?
Primeiro não é necessário pânico, pois as coisas não vão acabar nos primeiros dias de greve, se é que ela irá durar muito, mas para evitar gastar mais do que deve e ainda ficar tranquilo, existem algumas estratégias que podem ser seguidas.
Pode parecer contra intuitivo, já que é esperado que as coisas acabem faltando, mas ao fazer estoques desnecessários, você não apenas paga mais caro pelas compras como imobiliza seu dinheiro de uma forma pouco útil.
O outro problema de fazer estoques é que a pessoa acaba contribuindo para que os itens passem a ficar mais escassos no mercado, o que eleva o preço deles, gerando mais inflação e fazendo que todos paguem mais caro.
No lugar de estocar itens que você não sabe muito se vai precisar, crie uma lista das coisas necessárias e compre-as no máximo duas unidades a mais do que você compraria mensalmente. Assim você se protege e mesmo que não seja necessário, você não aloca tanto dinheiro em um item que pode ser perecível em alguns casos.
A mobilidade é algo realmente importante, mas como ainda estamos passando por uma pandemia e a recomendação é evitar aglomerações, podemos usar isso como desculpa para não precisar sair sempre e gastar mais combustível.
O importante é se adiantar. Primeiro encha o tanque do carro ou moto, mesmo que essa não seja sua prática habitual.
Em casa, crie uma lista das coisas que precisa fazer que envolvam deslocamentos com o automóvel e tente fazer com que possa resolvê-las nos dias que for necessário sair, criando até um roteiro de onde passar primeiro para melhorar a eficiência energética do combustível, pois em vez de ficar rodando por aí, você vai passar em cada lugar numa ordem pré-determinada que ajuda a não dar voltas inúteis.
Com isso, o tanque do veículo tende a durar mais e a pessoa fica livre de pagar os aumentos da gasolina, ou passar muito tempo em filas de postos.
Em resumo, se planeje para não pagar mais caro e nem comprar o que não precisa. Se acontecer uma greve (que é provável) ela não tende a durar tanto quanto a anterior e os efeitos econômicos serão sentidos nos meses vindouros, nada demais para aquele que planejou e anteviu a melhor forma de agir.
Mas para aquele que não se planejar corretamente e deixar a vida levar, pode sofrer muitos danos financeiros e emocionais durante esse período, pois ainda estamos no começo de um ano já possivelmente inflacionário e com ameaça de greve que fará o dólar subir de maneira ainda mais expressiva.
Então, para não ser pego de surpresa, repito mais uma vez: planeje os seus próximos dias…
Atenciosamente.
(*) David Rocha escreve semanalmente, às terças-feiras. Ele é assessor de investimentos e educador financeiro, que vive o mercado diariamente, desde 2011, e autor do livro Tesouro Direto – Um Caminho para a liberdade financeira de 2016.
** Esse texto é de responsabilidade exclusiva do autor. Não reflete, necessariamente, a opinião do Só Sergipe
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