A SES vem trabalhando bastante para orientar a população a se vacinar para evitar doenças. Num passado recente, o Brasil foi bombardeado de fakes news sobre as vacinas, principalmente, durante a pandemia da Covid-19. O secretário Walter Pinheiro acredita que esse quadro está mudando.
Neste período junino, a SES elaborou um plano de contingência para os atendimentos. “Se a população precisar dos nossos serviços estaremos preparados”, disse Walter Pinheiro, referindo-se, principalmente, à Unidade de Queimados do Huse, que é referência no Estado. O número de leitos para pacientes internados foi ampliado, de utilização não só para pacientes internados, como enfermarias. No entanto, ele destaca que a prevenção e a segurança no manuseio de fogos de artifício “são essenciais para evitar acidentes graves”.
Por falar em Huse, Walter Pinheiro conhece como ninguém aquela unidade pois a dirigiu, por isso tem um olhar diferenciado não só para o maior hospital do Estado, mas para todas as unidades, “fortalecendo todos os serviços da saúde que atendem os sergipanos”. “Temos o compromisso de servir ao povo de Sergipe, como determinou o nosso governador Fábio Mitidieri”, completou o secretário.
Walter Pinheiro é médico pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos (FCMS), fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia, especialização em Cirurgia da Mão e Membro Superior no Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM).Esta semana, Walter Pinheiro conversou com o Só Sergipe. Confira.
SÓ SERGIPE – No início deste mês, foi lançado o Programa Enxerga Sergipe, cujo objetivo é a realização de cirurgias de catarata e pterígio para a população cadastrada no Sistema Único de Saúde (SUS). Como será desenvolvido esse programa?
WALTER PINHEIRO – Inicialmente, para ter acesso ao benefício, o paciente precisa ser diagnosticado com catarata e/ou pterígio por um médico oftalmologista, seja em consulta pública ou privada, e procurar a Secretaria da Saúde da cidade em que reside, para que seja atendido nos municípios sedes das regiões de Saúde.
As cirurgias serão realizadas de forma regionalizada pelos municípios nas seguintes regiões de Saúde: Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana, Propriá e Lagarto. O município de Nossa Senhora da Glória vai encaminhar a relação de pacientes para a região de Itabaiana, e Aracaju encaminhará para a região de Nossa Senhora do Socorro.
SÓ SERGIPE – A necessidade deste programa nasceu a partir do número de pessoas com catarata? Como se chegou a esse número?
WALTER PINHEIRO – A fila conhecida para a realização de cirurgias (procedimentos) é de cerca de seis mil procedimentos, mas isso não traduz o número exato de pacientes, pois as solicitações são por procedimento e um paciente pode necessitar de cirurgia em um ou em ambos os olhos.
Considerando a possibilidade de existirem pacientes com necessidade e ainda sem diagnóstico, a fila real tende a ser maior e crescente à medida em que a busca ativa por pacientes ocorre e/ou à medida em que mais consultas oftalmológicas forem sendo realizadas.
SÓ SERGIPE – O Governo faz um investimento de mais de R$ 4 milhões para o Programa Enxerga Sergipe. De onde vêm esses recursos? Há alguma ajuda do Governo Federal?
WALTER PINHEIRO – O programa prevê a transferência de cerca de R$ 4,5 milhões diretamente do Tesouro Estadual para as contas municipais, com o objetivo de financiar a contratação dos serviços em clínicas e hospitais conveniados pelas prefeituras. Serão distribuídos mais de seis mil procedimentos, número que vai dar uma resposta imediata à demanda reprimida de pacientes que aguardam ansiosamente pela oportunidade de realizar o tratamento. Não há contrapartida do Governo Federal neste Programa.
SÓ SERGIPE – Este será um programa permanente? Pergunto isso porque surgirão outras pessoas com catarata e pterígio.
WALTER PINHEIRO – Estudamos a continuidade do Projeto Enxerga Sergipe com relação às cirurgias de catarata e pterígio que passariam a ser anuais. Assim, como previsto, para os próximos dias, faremos o lançamento da primeira fase do Programa ‘Opera Sergipe’ que irá contemplar a realização de cirurgias eletivas de média e alta complexidade em diversas especialidades.
SÓ SERGIPE – Num passado recente, houve críticas à vacinação, principalmente contra a Covid-19, e isso impactou negativamente nas demais imunizações. A SES vem atuando forte para que a população volte a ter confiança nas vacinas?
WALTER PINHEIRO – As várias fakes news que foram espalhadas sobre as vacinas, foram no mínimo irresponsáveis. Podemos comprovar a eficácia e segurança da vacina pelos números que mostram de óbitos durante a pandemia e após a chegada das vacinas. Esse tipo de postura de pessoas sem esclarecimento técnico trouxe prejuízos como a volta de doenças que já não circulavam mais em nosso território. Estamos confiantes que este quadro já está mudando.
SÓ SERGIPE – Que campanhas de vacinação estão previstas para este ano?
WALTER PINHEIRO – Realizamos neste ano a Campanha do dia D de Vacinação destinada à imunização contra a Influenza de todos os públicos e ainda a atualização do cartão de vacina contra a Covid-19. Além das campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde, continuamos ao lado dos municípios sensibilizando a sociedade a completar o esquema vacinal.
SÓ SERGIPE – O senhor já foi diretor do Huse, portanto, conhece bem a unidade, que é a maior do Estado. Isso significa que agora, como secretário, o senhor está tendo um olhar diferenciado para o Huse?
WALTER PINHEIRO – Isso significa que, enquanto superintendente da maior Unidade Hospitalar do Estado, pude estar à frente de vários tipos de questões que envolvem o SUS e o atendimento à população. Foi uma experiência riquíssima que me trouxe mais conhecimento técnico e de gestão: um olhar diferenciado para o Huse e para todas as unidades de saúde que compõem a rede estadual, fortalecendo todos os serviços da Saúde que atendem os sergipanos. Temos o compromisso de servir ao povo de Sergipe, como determinou o nosso governador Fábio Mitidieri.
SÓ SERGIPE – Qual o seu projeto de gestão para as unidades de saúde do interior do Estado? Quanto mais pessoas forem atendidas nas unidades do interior, menor será a movimentação no Huse, não é verdade?
WALTER PINHEIRO – Perfeitamente. Buscamos a qualificação dos hospitais regionais e a efetivação dos serviços já ofertados, buscando sempre aprimorar o que há de pontos positivos e melhorar o que julgamos refletir no melhor serviço para a população, estamos nesse processo de efetivar a descentralização dos hospitais regionais.
SÓ SERGIPE – O que destaca de importante nesses primeiros seis meses como marca da sua gestão?
WALTER PINHEIRO – A gente implantou 15 leitos e criamos a Unidade de Referência Especializada de Saúde Mental para o público infantojuvenil, que está promovendo um serviço humanizado no Hospital Jessé de Andrade Fontes, localizado em Estância, mas atendendo a demanda dos 75 municípios.
Inauguramos as novas alas na pediatria de alta complexidade no Huse, contratualizamos 10 novos leitos pediátricos no Hospital Santa Isabel e já criamos 47 novos leitos pediátricos. Lançamos o maior programa de cirurgias oftalmológicas da história de Sergipe, serão mais de seis mil procedimentos realizados em parceria com os municípios. Atualizamos o estoque de medicamentos e insumos, são avanços importantes construídos em equipe.
SÓ SERGIPE – Como a SES se preparou para atuar nos festejos juninos em todo o Estado? Claro que ninguém deseja que as pessoas se queimem ao soltar fogos. Mas como tudo pode acontecer, gostaria de saber se a Unidade de Queimados do Huse está pronta para receber possíveis feridos.
WALTER PINHEIRO – Elaboramos um plano de contingência para os atendimentos durante os festejos juninos. O Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), por exemplo, tem uma sala exclusiva para atender vítimas de queimaduras. Também aumentamos o número de leitos para pacientes internados, de utilização não só para pacientes queimados, como enfermarias. Se a população precisar dos nossos serviços estaremos preparados, mas claro, a prevenção e a segurança no manuseio de fogos de artifício são essenciais para evitar acidentes graves.
SÓ SERGIPE – A SES tem o Comitê Estadual de Prevenção de Mortalidade Materna, Infantil e Fetal (CEPMMIF). O que esse Comitê tem feito, em termos práticos, para impactar positivamente na vida do cidadão sergipano?
WALTER PINHEIRO – O Comitê realiza análises de todos os óbitos maternos, infantis e fetais junto aos profissionais de saúde que prestaram atendimento. A partir disso, são gerados os critérios de evitabilidade do óbito que são entregues aos municípios para fomentar medidas de prevenção desde a atenção primária até o atendimento na maternidade.
SÓ SERGIPE – O CEPMMIF faz o acompanhamento de óbitos de fetos, bebês e mães. Qual o quadro atual e como é o trabalho para reduzir essas mortes?
WALTER PINHEIRO – Todos os óbitos maternos, infantis e fetais têm investigação obrigatória, pois seguem os protocolos determinados pelo Ministério da Saúde. De acordo com os dados apresentados pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), ocorreram 137 óbitos em 2023, enquanto que no mesmo período do ano passado existiram 87 óbitos. Com relação aos óbitos maternos até maio de 2023, o número subiu para 05 mortes.
SÓ SERGIPE – A SES está aberta ao diálogo com os sindicatos que representam os servidores públicos da Saúde? Há alguma demanda sendo discutida neste momento?
WALTER PINHEIRO – A marca da nossa gestão é o diálogo, a gente vem se reunindo com as categorias dos servidores para ouvir as demandas, sugestões e vem discutindo com as categorias o piso da enfermagem, por exemplo.
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